Estudantes, exemplo de solidariedade

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 02/07/2019
Horário 04:25

Como ocorre em vários países desenvolvidos, iniciativas em universidades brasileiras motivam alunos e antigos estudantes a adotar alunos pobres que não têm condições econômicas para estudar. O idealizador da proposta foi um diretor da USP (Universidade de São Paulo) Floriano de Oliveira Azevedo Marques. Os alunos são motivados a ajudar os mais pobres com doações entre R$ 20 a R$1 mil por mês. Marques considera que o desafio é criar a cultura da solidariedade. 

Mudanças recentes ocorreram também na FGV (Fundação Getúlio Vargas). Houve mobilização para criar um fundo formado por alunos e ex-alunos, pais, professores, voluntários. Assim o fundo já angariou R$ 3 milhões que não dói no bolso do adotante, mas ajuda a realização do adotado. O desafio de Marques, criador do projeto, é a cultura de adoção, ainda raquítica no Brasil. Outra medida de solidariedade que está sendo desenvolvia são os alunos que sabem mais dar aulas aos colegas que têm dificuldade e também a vestibulandos. Veja leitor que lindo! É nascente no Brasil uma juventude transformadora.

Países como Finlândia, Suécia, Suíça tem cultura filantrópica relativamente desenvolvida. Até os Estados Unidos, que não é primor de exemplo, nesse quesito trabalha muito bem. No ano 18 com estímulo de incentivos fiscais e doações angariaram para programas de graduação e pós-graduação US$ 46,7 bilhões equivalente a R$182 bilhões, desse total 26% vieram de ex-alunos. Só em 2018 Havard arrecadou doações quase do tamanho do orçamento da USP. Há estímulo aos doadores e os maiores deles têm o nome em um centro esportivo ou departamentos ou até mesmo em ruas, praças e prédios construídos.

A cultura da solidariedade, carinho e doação nascente entre os jovens é a grande esperança. Adultos também assimilam essa cultura, entre outros, o empresário Robert Smith vai doar ainda em vida 40 milhões para alunos da universidade Morehouse, em Atlanta, historicamente composta por alunos negros. Ele também é negro e não estudou nessa instituição. Como disse Eduardo Galeano: "Eu não acredito em caridade, eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical, vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal, respeita a outra pessoa e se aprende com o outro.” A vida toda, todos devem aprender com todos, afinal sempre há algo a ensinar e algo a aprender.

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