Estudo avalia novo teste para detectar hanseníase

Utilização da ferramenta ML-Flow é de uso fácil e rápido, capaz de contribuir com o serviço público de saúde

PRUDENTE - Da Redação

Data 20/02/2019
Horário 12:15
João Paulo Barbosa/AI da Unoeste - Entre 2013 e 2017, foram registrados 60 casos de hanseníase em Prudente
João Paulo Barbosa/AI da Unoeste - Entre 2013 e 2017, foram registrados 60 casos de hanseníase em Prudente

O Programa de Mestrado em Ciências da Saúde da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) testa uma nova ferramenta para detectar casos de hanseníase: o teste ML-Flow, cuja detecção precoce é fundamental para o tratamento. Entre os sintomas da doença estão manchas na pele, esbranquiçadas ou eritematosas; perda da sensibilidade local que pode levar a feridas e à perda dos dedos ou de outras partes do organismo; aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos.

O estudo científico foi realizado em Presidente Prudente, cuja incidência da doença apresentou 60 casos de 2013 a 2017, com a prevalência de 0,49 para cada 10 mil habitantes. Portanto, maior que no Estado de São Paulo, que foi de 0,36, e menor que no Brasil, que teve o índice de 1,3. A importância da pesquisa realizada pela médica dermatologista Angela Marques Barbosa está em subsidiar com informações relevantes o serviço público de saúde, contribuindo para a formulação e implementação de estratégias para o controle da hanseníase, doença que pode levar à incapacidade física.

Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae.  Embora seja basicamente cutânea, é capaz de afetar, além da pele, os olhos, os versos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. A transmissão pode ser por secreção, saliva ou pelas vias áreas superiores. Pela fácil aplicação em relação a outros testes, o ML-Flow pode ser utilizado em diferentes níveis de atenção à saúde, que vão da baixa complexidade em Unidade Básica de Saúde, passando por unidades de média - como é o caso de Unidade de Pronto-Atendimento -, até hospitais que atendem a alta complexidade.

Conforme a autora do estudo, o ML-Flow é uma ferramenta em condições de ser utilizada no segmento de populações de risco, como é o caso do contato de outras pessoas da família ou do convívio, para monitorar os resultados do tratamento dessa moléstia infectocontagiosa e crônica. “É um teste que ajuda a detectar melhor os casos da doença junto à população. É uma ajuda no serviço que já existe, um teste que está em estudo e nunca foi feito em Prudente, antes deste estudo. É um auxílio a mais para a população, embora em Prudente e região o tratamento seja muito efetivo”, comenta a médica.

Ao fazer a defesa pública de sua dissertação, Angela apresentou nas conclusões que não houve detecção de casos novos de hanseníase e que houve detecção de indivíduos com infecção subclínica, em uma frequência baixa. No entanto, ela chamou a atenção para que seja examinado um maior número de pessoas, que tiveram contato com portadores da doença.

Com AI da Unoeste

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