Estudo científico traz atenção à doença pouco diagnosticada

PRUDENTE - Da Redação

Data 19/02/2019
Horário 11:49
João Paulo Barbosa/AI da Unoeste - Denise Pereira analisou prontuários de 97 pacientes atendidos pelo Hospital Regional
João Paulo Barbosa/AI da Unoeste - Denise Pereira analisou prontuários de 97 pacientes atendidos pelo Hospital Regional

Inserida no grupo de doenças raras pouco diagnosticadas, a IDP (imunodeficiência primária), em mais de seus 350 tipos, está sendo estudada cientificamente em Presidente Prudente e os resultados do primeiro de uma série de estudos foram divulgados em banca de defesa pública de dissertação da farmacêutica bioquímica e médica Denise Helena Boton Pereira. Trata-se de uma produção científica desenvolvida junto ao Programa de Mestrado em Ciências da Saúde, ofertado pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), que contribui com o serviço ambulatorial implantado pelo HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, de Prudente, em 2014.

Denise fez a análise de prontuários de 97 pacientes atendidos entre janeiro de 2014 e agosto de 2018, no laboratório do HR. Também realizou a busca ativa de possíveis portadores da doença, com visitas semanais aos pacientes internados na UTI (unidade de terapia intensiva) pediátrica do hospital.

O foco foi diagnosticar a doença, o que tem sido um desafio para os médicos, inclusive pela escassez de literatura científica. São vários os fatores de identificação, entre os quais estão o acometimento por duas ou mais pneumonias no último ano; oito ou mais novas infecções no ouvido no último ano; e infeções intestinais de repetição (diarreia crônica); sendo os diagnósticos classificados em oito categorias, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Foi possível identificar que a maior incidência da doença ocorre por infecção das vias aéreas superiores e, entre as características demográficas, o maior número de pacientes é constituído pela faixa etária de primeira década de vida. No caso da análise de prontuário, foram 48,20% até 10 anos de idade, e 12,50% até os 20 anos. Na busca ativa, 60% dos portadores da doença tinham de 1 a 10 anos de idade.

O diagnóstico precoce pela busca ativa representa intervenção rápida, permite a atuação de equipe multidisciplinar no tratamento e educação continuada, impacto positivo na qualidade de vida, menor taxa de internação hospitalar por infecções e menor uso de antimicrobianos, e menor prevalência de comorbidades (duas ou mais doenças simultaneamente) e outras infecções. Em relação aos pacientes ambulatoriais, com diagnóstico tardio, tudo fica mais complicado.

O estudo de Denise contribui para o banco de dados em rede de cooperação voltada para ajudar no diagnóstico da doença, o qual terá continuidade em pesquisa a ser feita pela pediatra anestesista que trabalha na UTI pediátrica do HR, Giovana Pelizari, também desenvolvida no mestrado em Ciências da Saúde. A defesa pública da dissertação de Denise foi duplamente comemorada.


Com AI da Unoeste

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