Familiares dão o adeus a advogado

Laudo preliminar aponta 16 facadas no pescoço e tórax de Wagner Alonso Álvares, 74 anos; Polícia Civil apreendeu celular que poderá indicar a participação de outros no latrocínio

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 02/11/2019
Horário 06:12
Paulo Miguel - Sepultamento de Wagner Alonso Alvares, 74 anos, ocorreu ontem no Cemitério de Pirapozinho
Paulo Miguel - Sepultamento de Wagner Alonso Alvares, 74 anos, ocorreu ontem no Cemitério de Pirapozinho

O clima era de tristeza. Ao redor do caixão (lacrado), diversas fotografias traziam as lembranças de familiares e amigos que lamentam a perda do advogado Wagner Alonso Álvares, 74 anos, sepultado ontem à tarde no Cemitério Municipal de Pirapozinho. Ele foi vítima de latrocínio na terça-feira. Morador do município há 40 anos, o também professor de língua portuguesa será lembrado pela alegria, bondade e conselhos, muitos, ligados à religiosidade.

“Meu avô sempre foi um pilar muito forte na nossa família, um cara sensacional, que ajudou as pessoas e morreu fazendo isso”, afirma Tauã Alonso Alves, 30 anos, neto da vítima. “É um impacto violento em nossas vidas, uma perda muito significativa”, lamenta. Ele explica que durante os momentos angustiantes pelo sumiço do avô, a família permaneceu unida, seguindo os ensinamentos deixados às duas filhas, cinco netos e dois bisnetos.

“Certa vez, ele me falou assim: ‘nos momentos de dificuldade em que você não tiver resposta, você se pergunta o que Jesus faria no meu lugar?’ [voz embargada], então, vai saber o que vai fazer”, comenta o neto. “Ele ajudou muito a família do rapaz [acusado], e infelizmente morreu por conta dessa bondade toda”, lamenta.

Para a professora Jane Heyre Vieira da Silva, 50 anos, seu “segundo pai fará muita falta”. “Ele e a esposa sempre me acolheram na casa deles”, relembra. Inclusive, Wagner foi padrinho de casamento de Jane e foi um dos responsáveis por levá-la ao altar. “Pra mim, ele foi um exemplo de vida, muito significativo para muitas pessoas”.

LAUDO APONTA

16 FACADAS

A investigação acerca do crime continua. Informações preliminares repassadas à Polícia Civil apontam que havia 16 facadas no corpo de Wagner, sendo elas no pescoço e tórax. Segundo o delegado Rafael Guerreiro Galvão, é possível que tenha havido a participação de outros indivíduos no crime, conforme apurado durante depoimentos colhidos. Ontem, a Polícia Civil apreendeu o celular do autor confesso, 26 anos. O telefone estava na casa onde o acusado se escondeu, não muito distante da cena do crime.

De acordo com a autoridade, o aparelho havia sido formatado antes da localização e será analisado pela perícia. Além de latrocínio, ele também responderá por tentativa de roubo ocorrido no dia 4 de outubro, em Pirapozinho, após reconhecimento pela vítima. Ele está preso na cadeia pública de Presidente Venceslau.

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