Após quatro meses, o horário de verão iniciado em outubro se encerra hoje, à meia-noite. A medida tem como objetivo aproveitar melhor a luz solar durante a estação mais quente do ano, além de estimular na população o uso consciente da energia elétrica.
Para alguns comerciantes, o impacto é previsível, já para outros não é perceptível o atraso de uma hora nos relógios. Este é o caso da Relojoaria Nippon, em Presidente Prudente. Segundo a responsável pelo estabelecimento, Tatiana Alves de Macedo, a mudança deve ocorrer nos 14 relógios de parede que funcionam no local, já que os de pulso expostos na vitrine são ligados apenas no ato da compra do cliente. Sobre o funcionamento da loja no horário de verão, ela diz que não houve alterações e as vendas se mantiveram.
Na Panificadora Empório do Pão, Luís Eduardo Nicolleti, proprietário do comércio, diz que diariamente são produzidos 2 mil pães, no turno de expediente que começa às 23h. Os funcionários passam a madrugada trabalhando para oferecer o produto no período da manhã. Como eles seguem com o funcionamento das 6h até 23h30, não é perceptível a mudança na rotina, nem na quantidade de clientes.
Já a universitária, Janaina Tavares, 19 anos, comenta que como trabalha durante o dia e faz faculdade no período da noite, chega em casa tarde, e que por muitas vezes tem trabalhos acadêmicos para fazer, acaba sentindo o corpo muito cansado. “Eu preciso acordar muito cedo e como nesse horário ainda está escuro, meu corpo sente essa diferença, parece que eu ainda não dormi o suficiente. Quando chego ao trabalho, preciso fazer uso de café e chá para acordar realmente”.
De acordo com dados informados pela Energisa Sul-Sudeste, o horário brasileiro de verão gerou em Prudente e região uma diminuição na demanda de aproximadamente 5% e uma redução no consumo de energia de cerca de 0,45%. Esses resultados significam uma economia de 2.180 MWh (megawatts-hora), equivalente ao consumo de 11 mil residências durante um mês ou proporcional ao consumo de uma cidade de aproximadamente 33 mil habitantes, durante o mesmo período.
Segundo Stevon Schettino, gerente de Operação do Sistema da distribuidora, o resultado está dentro dos objetivos esperados com a medida, reduzir não só o consumo, mas principalmente a demanda. “Com o horário de verão, reduz-se o esforço do sistema, ou seja, as pessoas mudam seus hábitos, há um alívio no uso das redes de transmissão de energia no horário de pico. Por exemplo, no início da noite, o consumo de energia residencial é diluído e normalmente não coincide com o horário em que as luzes da iluminação pública são acesas, isso torna o sistema de distribuição muito mais seguro”, destaca.
O horário brasileiro de verão gerou em Prudente e região uma diminuição na demanda de aproximadamente 5% e uma redução no consumo de energia de cerca de 0,45%
Energisa Sul-Sudeste
Impacto na saúde
No corpo humano, o impacto do horário de verão varia para cada organismo. Segundo o médico Pedro Silvestrini Tiezzi, 57 anos, pessoas que praticam exercícios físicos diariamente tendem a se adaptar de forma mais rápida ao atraso de uma hora. Isso acontece porque com a saúde em dia e um bom condicionamento físico, o organismo consegue aceitar de melhor forma mudanças fisiológicas, climáticas e também de horário.
Para ele, tem pessoas que sentem a mudança mais que outras, e isso reflete no desempenho do dia a dia dos indivíduos, como a sensação de sono durante o dia e a alimentação em horários inadequados.
De acordo com o especialista, o ideal é que a população procure se adaptar um pouco antes, para no domingo não sentir a mudança de uma vez. “É bacana a pessoa começar a dormir mais cedo, sempre no horário que ela vai precisar levantar”. Ele comenta que é normal uma alteração no comportamento das pessoas até a adaptação, e isso acontece também em viagens para outros países, onde acontece a mudança de fuso-horário.
