Hospital do Câncer inicia operações e internações em outubro

Unidade expõe que 14 dos 140 leitos serão disponibilizados na data, independente do repasse aguardado do Estado de R$ 6,8 milhões

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 12/07/2018
Horário 04:00
Marcio Oliveira - Entre os serviços oferecidos pelo hospital aos pacientes estão a quimioterapia e a radioterapia
Marcio Oliveira - Entre os serviços oferecidos pelo hospital aos pacientes estão a quimioterapia e a radioterapia

A partir de outubro, o HRC (Hospital Regional do Câncer) de Presidente Prudente deve disponibilizar 14 dos 140 leitos disponíveis, bem como iniciar o fornecimento de cirurgias, mesmo que em quantidade pequena, o que deve beneficiar pacientes do município e demais localidades atendidas pela unidade. Conforme o presidente do HRC, Antônio da Cunha Braga, a novidade deve ocorrer no mês informado, independente do repasse de R$ 6,8 milhões por parte do Estado, valor que é aguardado desde 2014, quando era de R$ 25 milhões, mas foi ajustado em maio e publicado no Diário Oficial no último sábado, conforme informado pela Secretaria de Estado da Saúde. “A quantia será utilizada para a compra, por exemplo, de equipamentos e enxoval, mas ainda não há uma data estipulada para o pagamento”, informa Braga.

De acordo com o presidente da unidade, o fornecimento de cirurgias, que neste caso serão de mama e próstata, é um avanço nos atendimentos do hospital, visto que atualmente o HRC não fornece as cirurgias, mas passará, em outubro, como previsto, a disponibilizar 10% do total de leitos para internações. “Será uma quantidade pequena, mas significativa. Isso ocorrerá independente do repasse que estamos aguardando no valor de R$ 6,8 milhões, mas que ainda não possui uma data para, de fato, ocorrer”, esclarece.

A promessa do valor é acompanhada por este diário há muitos anos e se originou a partir de um acordo entre o HRC, Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente e o governo do Estado, quando ficou acordado o valor de R$ 25 milhões, em 2014, para a finalização e desenvolvimento da unidade de saúde. “O repasse serviria ainda para comprar o centro de imagem e o varejo das coisas que são fundamentais, mas ele não veio até o momento, quatro anos após a conversa”, esclarece Braga. Já em 2018, no entanto, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, segundo ele, assinou um convênio com as unidades, documento de número 683/2018, com data de 29 de maio, que ajustou o valor inicial prometido, que passou a ser de R$ 6,8 milhões, e seria repassado ainda neste ano.

Na semana passada, no entanto, conforme o presidente, uma reunião com o secretário de Saúde do Estado, Marco Antônio Zago, preocupou o HRC, visto que foi mencionada a possibilidade de o repasse não ocorrer ainda neste ano, o que pegou o hospital “de surpresa”. Após o encontro, a reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da pasta e foi informada na terça-feira de que o convênio foi publicado no Diário Oficial do dia 7 de julho. “Por se tratar de um convênio que servirá para a aquisição de aparelhos, a secretaria aguarda o envio de comprovantes da compra por parte da unidade para que, então, ocorra o repasse da verba equivalente. Ressaltamos que desde 2014, mais de R$ 83 milhões foram repassados à região de Presidente Prudente, entre investimentos e custeio”, expõe.

O presidente do HRC, por sua vez, afirma que soube da informação por meio da reportagem, e informa que a publicação é válida até dezembro, mas diz que, junto do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), averigua a notícia, já que acreditava que receberia primeiro o dinheiro, para então realizar a compra e prestação de contas. “Mas, pelo que informaram ao jornal, precisaremos primeiro mandar os comprovantes, então, estamos estudando como faremos e até mesmo entendendo essa situação”, expõe.

Credenciamento no SUS

Vale lembrar que atualmente o Hospital Regional do Câncer não possui credenciamento junto ao SUS (Sistema Único de Saúde), sendo que, desta forma, alguns atendimentos que necessitam de uma atenção específica são realizados na Santa Casa de Misericórdia, o que gera “transtorno e desconforto” ao paciente. “Não temos previsão para estarmos credenciados junto ao SUS, mas já entregamos o planejamento do hospital para que a unidade atenda a essa expectativa”.

Para o administrador da santa casa, José Roberto Garcia, o credenciamento do HRC junto ao SUS é visto com bons olhos, mesmo entendendo que esta não é uma “tratativa fácil”. “Quando ocorrer, continuaremos a atender as demandas de alta complexidade e temos interesse sim neste credenciamento. Não prejudicará a nossa unidade, mas esperamos que, quando ocorrer, o teto financeiro seja reposto”.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para ouvir a pasta no que diz respeito ao credenciamento do HRC no Sistema Único de Saúde, mas não recebeu um retorno até o fechamento dessa matéria.

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