Investir em segurança do trabalho pode reduzir custos e salvar vidas  

EDITORIAL -

Data 25/04/2018
Horário 08:11

O número de mortes causadas por acidentes de trabalho cresce a cada ano, em todo o país. Só no primeiro trimestre de 2018, conforme o MPT (Ministério Público do Trabalho), já foram 585. Muitos ocorrem por descumprimento das normas de segurança por parte da empresa. Outros, por descuido do próprio funcionário. A falta de um simples equipamento de proteção - como capacete, máscara, colete e luva - pode causar sérios problemas: cortes e feridas, fraturas, esmagamentos, contusões, amputações ou até mesmo ser fatal.

Em 45 municípios da região atendidos pelo Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) de Presidente Prudente, 76 acidentes de trabalho foram registrados neste ano, até o dia 20 de abril, conforme matéria publicada na edição de ontem, neste diário. Uma série histórica, que analisa os adoecimentos em dez anos, apontou um aumento de 351,42% no número de casos, que passaram de 210 em 2007 para 948 em 2017, ano em que a região registrou a marca histórica de acidentes.

Os números são referentes ao total de adoecimentos, que incluem acidentes graves, com exposição a material biológico, câncer relacionado ao trabalho, doenças mentais ou perda auditiva induzida por ruído. E devem ser ainda maiores, levando em conta que nem todos os casos são oficialmente notificados.

Entre as principais causas destes acidentes, estão as más condições do ambiente de trabalho, com maquinários velhos e desprotegidos; mobiliário inadequado; tecnologia ultrapassada; ritmo acelerado de serviço; cobrança exagerada; falta de EPI (Equipamento de Proteção Individual) ou EPC (Equipamento de Proteção Coletiva). Todas as empresas, que muitas vezes visam apenas o lucro, deveriam se preocupar primeiro com o bem estar do funcionário, que é quem faz o principal dentro dela: o serviço. A grande maioria, infelizmente, acaba vendo a segurança do trabalho como uma despesa a mais, e não como investimento e prevenção.

Criar um manual, com normas para evitar acidentes e instruções, é essencial. Cabe aos empresários, conscientizar os funcionários sobre a importância da segurança e estar ciente do que está acontecendo na empresa, se as regras estão de fato sendo cumpridas ou não. Muitos trabalhadores se descuidam mesmo ou não dão a devida atenção que a saúde merece. Aceitar sugestões de melhorias, criar formulários, ouvi-los. Promover treinamentos, investir em equipamentos, sinalizar os perigos e documentar qualquer acidente.

O trabalho preventivo, com certeza, gerará menos custos com materiais, do que com afastamentos e ações judiciais. Sem contar que a empresa estará evitando acidentes e poupando a vida de pessoas que, motivadas, podem ainda melhorar a produtividade. 

 

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