Lembrança do sacrifício de Jesus deve ser permanente para o cristão

EDITORIAL -

Data 01/06/2018
Horário 07:47

Toda a região se uniu ontem para a celebração da histórica festa da igreja católica, o Corpus Christi. O termo, que significa “o corpo de Cristo” é utilizado para lembrar que a celebração rememora a importância de lembrarmos o sacrifício do Cordeiro Santo. A expiação é sempre simbolizada pelos fiéis por meio da Santa Ceia, na qual os cristãos comem pão (em referência ao corpo) e tomam vinho (em referência ao sangue), itens estes que retomam à manifestação física de Jesus na terra.

Muitos aguardam esse período para programar pequenas viagens de descanso e lazer, ou para realizar atividades descontraídas com os familiares e amigos durante o feriado prolongado. No entanto, esse momento vai muito além de alguns dias de folga no meio da semana – a qual, diga-se de passagem, foi especialmente desgastante diante dos reflexos da greve dos caminhoneiros pelo país. É importante aproveitar essa “brecha” da rotina, do ritmo desenfreado do dia a dia, para desacelerar e verdadeiramente respeitar o significado da celebração. O sacrifício rememorado durante o Corpus Christi foi para dar uma liberdade muito mais profunda e verdadeira do que simplesmente o direito de descansar do labor em casa por um final de semana estendido. É uma liberdade da opressão do mundo mal e caótico que enxergamos hoje.

Um mundo no qual crianças estão sujeitas a acidentes durante o que deveria ser uma noite feliz e tranquila em um parque de diversões - como noticiamos hoje, neste diário a respeito do ocorrido em Álvares Machado. Um mundo no qual, quando uma categoria desiste parar, serviços de saúde são prejudicados, cirurgias canceladas, procedimentos dos quais a vida de outros dependem são “racionados”, alimentos faltam, crianças ficam sem aula e sem merenda, pessoas não conseguem trabalhar e são impedidas de conseguir o sustento.

O último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), em 2010, apontou que 86,8% dos brasileiros declaravam ser cristãos. Se a grande maioria dos habitantes desse país de dimensões continentais é composta de seguidores de Cristo, como foi possível chegar a esse ponto de descontrole social? Como a crise de representatividade política, falta de confiança nas instituições e a indignação com a situação econômica eclodiu em uma greve geral, amparada no apoio popular, mas sem pautas unificadas e organização? O Brasil precisa mais do que nunca que os ditos cristãos verdadeiramente sigam os passos de seu Mestre, imitando o mesmo amor sacrificial que é rememorado por todo o país hoje.

 

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