Mecanismos de precificação de carbono

O Acordo de Paris constituiu um marco histórico que nos levou inevitavelmente para uma economia de baixo carbono. Mesmo os países mais céticos à temática das mudanças climáticas, em geral os maiores emissores de gases - estufa, afirmaram seus compromissos e indicaram caminhos a seguir. Nesse contexto, os mecanismos de precificação de carbono aparecem como importantes instrumentos para o cumprimento de muitas dessas metas, favorecendo, em especial, o Brasil.

Atentas ao futuro, mais de 500 empresas em todo mundo já usam o preço interno de carbono na sua tomada de decisão e mais de 700 planejam fazê-lo, de acordo com dados do Carbon Disclosure Project. Entretanto, é preciso que esta prática se estruture e que seja possível atribuir um preço global ao carbono. Por meio da precificação de carbono, torna-se mais oneroso produzir com tecnologias de carbono intensivas e, consequentemente, mais vantajoso buscar modelos de produção que levem à redução das emissões.

Atentas ao futuro, mais de 500 empresas em todo mundo já usam o preço interno de carbono na sua tomada de decisão

Por se tratar de externalidades, os modelos econômico-financeiros tradicionais não são capazes de capturar de maneira clara os impactos resultantes das mudanças climáticas. Os negócios, entretanto, veem-se obrigados a enfrentar os novos cenários de riscos e dificuldades que resultam dos diversos eventos relacionados às alterações do clima, como a maior frequência dos fenômenos extremos: maremotos, furacões, tornados, subida do nível dos oceanos, secas e inundações e assim por diante.

O princípio orientador, quando falamos de precificação de carbono, é o do poluidor-pagador, ou seja, quem polui paga via tributo ou adquire de certificados no mercado, caso a mitigação não seja feita internamente. Os mecanismos de precificação de carbono são basicamente de dois tipos: tributação imposta pelos governos e mercados de carbono, estruturados na alocação de certificados de direitos de emissão a serem negociados do mesmo modo como são transacionados os diversos produtos financeiros em mercados secundários de todo o mundo. Entretanto, os modos de estruturação e funcionamento dessa modalidade alcançam alto grau de complexidade.

 

 

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