Mesmo com inflação baixa, brasileiro deve controlar finanças

EDITORIAL -

Data 11/01/2018
Horário 13:08

Em um primeiro olhar, uma boa notícia chega às mãos do leitor de O Imparcial nessa quinta-feira: a inflação de 2017 – que encerrou o ano em 2,95% - ficou abaixo do piso da meta do Banco Central, de 4,5%. Isso significa que o BC esperava um acréscimo nos preços maior do que aquele que, de fato, foi pago pelo consumidor. Com isso, a poder aquisitivo da população cresce e o consumo é estimulado. Outra matéria trazida hoje por este diário demonstra que a deflação nos supermercados foi recorde.

Desde 2014, com o enfrentamento de uma recessão econômica e um grande desestímulo na economia, diversas orientações sobre como organizar as finanças, poupar e evitar dívidas foram abordadas pelo impresso, no intuito de auxiliar os cidadãos no momento difícil que impacto o bolso de todos, ainda que a uns mais do que outros.

No entanto, essa aparente melhoria e retomada do consumo não deve ser tida como um “sinal verde” para a compra indiscriminada de bens duráveis e até dos não duráveis. Ainda que a “locomotiva” volte a pegar velocidade seja importante que a economia gire, que as pessoas compram, invistam e não deixem seu dinheiro parado, é necessário ter muita cautela para evitar o mesmo cenário de quatro anos atrás.

Uma pesquisa divulgada ontem pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) sobre organização do orçamento para 2018 revelou que apenas 15% dos brasileiros dizem ter condições de pagar as despesas sazonais deste início de ano, como IPTU (Imposto Predial e territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) e material escolar, com os próprios rendimentos. E mais: 17% dos entrevistados sequer fizeram qualquer planejamento para pagar esses compromissos.

Diante disso, é importante reforçar que todo aprendizado (empírico ou não) sobre gestão de finanças pessoais deve ser adotado de forma mais perene e contínua, evitando assim um consumismo desenfreado (e desnecessário). De modo contrário, a economia nacional continuará frágil e suscetível às adversidades e influências externas. Um dos grandes problemas do brasileiro é não saber quanto, de fato, ganha e qual parcela deste total pode efetivamente “gastar”.

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