Mitos precisam deixar de ser barreira para combate ao HPV

EDITORIAL -

Data 27/11/2019
Horário 04:00

De janeiro a novembro deste ano, a Secretaria de Saúde de Presidente Prudente, por meio da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), vacinou 4.119 crianças entre 9 e 14 anos contra o HPV (vírus do papiloma humano). O número é menor do que aquele contabilizado no mesmo período do ano passado, quando foram aplicadas 5.162 doses. Embora os dados não sejam comparáveis, uma vez que os pequenos que se vacinaram no ano passado não precisam repetir a dose neste ano, o órgão se preocupa com a resistência que ainda existe em relação à imunização, conforme noticiado por este diário na edição de ontem.

Isso porque, além dos mitos que ainda recaem sobre as vacinas em geral, a do HPV é agravada por uma segunda questão: por estar relacionada ao combate de um vírus transmitido por relações sexuais, há famílias que acreditam que vacinar as crianças seria um incentivo para que comecem a vida sexual. No entanto, é importante esclarecer que as doses em questão são aplicadas nesta faixa etária justamente porque entende-se que, neste período, as crianças ainda não possuem vida sexual ativa, de modo a protegê-las com antecedência. Depois disso, a vacinação já não seria mais recomendada, considerando que a exposição ao vírus já poderia ter ocorrido.

É muito importante que, no caso de todas as vacinas e desta em particular, os pais não se deixem confundir por mitos criados sem qualquer embasamento científico. A vacina ainda é a melhor forma de evitar a proliferação de doenças perigosas e de fortalecer o sistema imunológico dos cidadãos. O HPV é um vírus sério, que, após contraído, pode causar verrugas genitais e, se não tratadas, estas podem evoluir para um quadro mais sério, como cânceres no colo do útero, garganta, pênis e ânus.

De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar a região genital. Os principais são combatidos com duas doses da vacina, que está disponível gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Se tal oferta está à disposição da população, não há porque não garantir a proteção dos menores. A prevenção é o caminho mais eficaz – caminho este que não pode ser obstruído pela falta de informação.

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