A manhã de segunda-feira começa com as moradoras da Vila Charlote, em Presidente Prudente, varrendo suas calçadas e o meio-fio das ruas. A tarefa é uma forma que encontraram de contribuir para a limpeza pública do bairro, considerando que o serviço de varrição prestado pela Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento) ocorre uma vez por semana – oferta considerada “insuficiente” pela população, sobretudo por se tratar de um bairro localizado na região central da cidade. A participação comunitária também é um “complemento” ao trabalho feito pela varredora, defendem. Isso porque, segundo elas, uma única funcionária é incapaz de realizar uma limpeza eficiente em todos os logradouros da vila. Por esta razão, solicitam que o time seja ampliado a fim de garantir um serviço mais bem executado e em menor tempo.
A aposentada Neuza Maria Mathias Pereira, 61 anos, aponta para o acúmulo de folhas que varreu durante o início da manhã. Ela conta que, em função do alto número de árvores presentes no bairro, as ruas estão sempre sujas, o que exige limpeza constante. Entretanto, a manutenção é feita somente às segundas-feiras. Sendo assim, o local passa o restante da semana sem receber o serviço. “Para amenizar a sujeira, é preciso que os próprios moradores se mobilizem e ensaquem o material recolhido”, comenta.
Esta é, a propósito, uma das queixas da aposentada Odete Viana Queiroz, 68 anos, que afirma já ter visto a varredora jogando os entulhos em uma boca de lobo ao invés de juntar em um saco de lixo. Com isso, há o risco do surgimento de animais indesejados, como escorpiões, exemplifica. Para a dona de casa Enedina de Oliveira Rocha, 69 anos, os problemas referentes à limpeza poderiam ser evitados se houvesse o remanejamento de mais funcionários para o bairro, possibilitando a divisão de endereços, sem a necessidade de pressa para conseguir atender toda a vila. “Uma só não dá conta de todas as quadras”, pondera.
Em nota, a Prudenco confirma que a varrição no bairro em questão é feita pela equipe uma vez na semana e esclarece que, nesta época do ano, há muita queda de folhas, portanto, “é natural que a demanda de recolhimento aumente”. A empresa ressalta que é responsável pela limpeza das guias, enquanto a calçada é de responsabilidade individual de cada morador. Caso o morador flagre o despejo de lixo em bueiros, prática esta considerada irregular, a orientação é que entre em contato pelo telefone 3226-0055 e comunique, a fim de que o problema seja avaliado e tomadas as devidas providências.
Terrenos baldios
A preocupação com a preservação da vila também se estende para os terrenos baldios. A dona de casa Rita Ribeiro da Costa, 80 anos, destaca uma área localizada no final da Rua Santa Helena, que, eventualmente, origina o aparecimento de caramujos. Já a dona de casa Fátima Aparecida Coraça, 61 anos, enfatiza um lote vazio na Rua Maria da Glória, onde pontos chamuscados evidenciam o uso do fogo para dar cabo de entulhos ali descartados. Ela menciona que, certa madrugada, o Corpo de Bombeiros já chegou a ser acionado em razão de um incêndio no local.
A Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) instrui que as reclamações para terrenos sujos podem ser realizadas por meio da Central de Atendimento 156, que fará o devido encaminhamento à Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação). Acerca do descarte inapropriado de entulhos em terrenos baldios e áreas verdes, a pasta elucida que todo lixo de origem doméstica e comercial deve ser depositado em abrigo defronte ao imóvel, com até duas horas de antecedência da coleta sistemática realizada pela Prudenco.
Se, porventura, ocorrer o aparecimento de pragas urbanas, cabe ao cidadão acionar o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) pelo telefone 3905-2156. Entretanto, comunica que o órgão não recebeu nenhuma solicitação para verificação de terrenos sujos que tenham ocasionado aparecimento de escorpiões e/ou caramujos na Vila Charlote.
ESTRUTURA DO BAIRRO
Data de implantação: 2 de janeiro de 1957
Área de loteamento: 71.469,05 m²
Área verde: Não dispõe
Área institucional: 7.800,00 m²
Área do sistema viário: 18.840,45 m²
Quadras: 11
Construções: 204
Terrenos baldios: 3
População estimada: Não informado
Fonte: Secom
