Movimentação no aeroporto de PP aumenta 8,8% em 2018

Levantamento do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) leva em consideração outros dois terminais da região: Dracena, Presidente Epitácio, que não realizam voos comerciais

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 17/02/2019
Horário 07:21
Arquivo  - Balanço também apresentou aumento no número de pousos e decolagens, com elevação de 6,9%
Arquivo - Balanço também apresentou aumento no número de pousos e decolagens, com elevação de 6,9%

O Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) divulgou recentemente um balanço da movimentação nos aeroportos que administra, sendo que três deles estão na região: Dracena, Presidente Epitácio e Presidente Prudente. Os dois primeiros não realizam voos comerciais, diferente da maior cidade da região. O Aeroporto Estadual de Prudente é o que apresenta os dados mais expressivos, pois o embarque e desembarque de passageiros registrou aumento de 8,8% de 2017 a 2018, assim como aumentos foram constatados nos pousos e decolagens, com 6,9%.

“Os dados são vistos com bons olhos e representam um aumento que vem sendo registrado nos últimos meses. Para 2019 e próximos anos, nossas expectativas são ainda melhores, pois a Receita Federal confirmou a construção de uma sede ao lado do aeroporto, o que pode representar uma possível futura internacionalização e atração a empresas aéreas”, diz o diretor regional da Aviesp (Associação das Agências de Viagens do Interior de São Paulo), Marcos Antônio Carvalho Lucas. A Receita, por sua vez, adianta que é cedo para dar outros detalhes sobre o caso.

Falando primeiro dos dois aeroportos que não realizam voos comerciais, Dracena foi o que apresentou números negativos no que diz respeito à movimentação. Isso porque, em 2017, foram 686 embarques e desembarques e 1.596 pousos e decolagens, que caíram, respectivamente, para 590 e 1.095. Presidente Epitácio, por sua vez, teve saldos positivos expressivos, já que os aumentos foram de 360,67% nos embarques e desembarques e de 137,86% nos pousos e decolagens.

O aeroporto de Prudente também teve variações positivas, pois conseguiu apresentar aumentos de 8,8% no fluxo de passageiros e de 6,9% na quantidade de aeronaves que passaram pela cidade. O diretor regional da Aviesp lembra que os últimos levantamentos já apresentavam essa melhora no cenário, o que pode ser visto como algo diferente de demais regiões, salvo São José do Rio Preto. “Lá houve uma ampliação do aeroporto, o que causou uma melhoria enorme nos números. O caminho para Prudente deve ser o mesmo”.

A expectativa é boa, inclusive, já que Marcos lembra ter sido confirmado pela Receita Federal a construção de uma sede ao lado do espaço, em um terreno doado pela Prefeitura, o que significa a necessidade de adequação do saguão, por exemplo, pois haveria a chegada de impostos de alfândega e, com isso, seria possível aguardar por uma internacionalização da unidade. “Lutamos para que o projeto na ordem de R$ 20 milhões seja implantado o mais rápido possível e lutaremos para isso. Daríamos um salto grande de qualidade”.  

A reportagem entrou em contato com a Receita Federal para confirmar a informação, mas a unidade disse, por meio de nota, que tendo em vista a “proposta de construção” no local estar em fase “bastante incipiente”, a instituição não poderia prestar mais informações no momento.

“Ganho de tempo”

Estudante de Prudente, Natália Cardoso dos Santos, 23 anos, afirma que sempre preferiu viajar de avião, por causa do “ganho de tempo” que o meio promove, ao encurtar viagens que de ônibus ou de carro poderiam ser longas. Questionada sobre os destinos que ela já viajou, São Paulo se destaca, por estar mais de uma vez na lista, que consta ainda o Nordeste, com a capital do Rio Grande do Norte, Natal, mas também destinos internacionais, como Portugal e México. “É tudo uma questão de ter paciência e saber procurar as passagens mais baratas, pois, em cima da hora, serão sempre mais caras. Já paguei, por exemplo, R$ 140 em uma passagem para São Paulo, preço parecido com o transporte de ônibus, então, vale à pena”.

Privatizações

No início do ano, no dia 11 de janeiro, este diário noticiou que o Daesp havia confirmado a privatização dos mesmos três aeroportos analisados nesta reportagem, já que eles devem ser repassados à iniciativa privada em regime de concessão, conforme anúncio do governador João Doria (PSDB) em visita ao interior do Estado. Na ocasião, o departamento ressaltou que o programa de privatizações deve ser desenvolvido em quatro anos, em parceria com a Artesp (Agência Reguladora de Transportes).

A medida é vista com bons olhos pelo diretor regional da Aviesp. “Pode ser um benefício, desde que a concessão venha atrelada à obrigação de obras de melhorias, como é o caso de Prudente”. Ele lembra que os modelos de privatização analisados até então foram considerados “bons”, como é o caso das unidades de Campinas (SP) e Brasília (DF). “Eu acredito que isso possa significar um avanço para o desenvolvimento regional e, principalmente, para os aeroportos, como é o caso de Prudente. Penso, no entanto, que o principal foco deve ser a concessão mediante a obrigação de ampliar os aeroportos, uma reivindicação antiga nossa”, ressalta o representante da Aviesp.

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