Nada justifica a irresponsabilidade de pais que deixam de vacinar as crianças

EDITORIAL -

Data 07/08/2018
Horário 04:54

Como entender o pensamento de pais ou responsáveis que deixam de levar seus filhos para vacinar? Se nem mesmo a ampla divulgação e a gravidade das doenças-foco da campanha – sarampo e poliomielite – são capazes de conscientizar? Com certeza, se as doses não fossem gratuitas, ou se estivessem em falta nos postos de saúde, haveria reclamação, e muita! Infelizmente, é típico do brasileiro cobrar...mas não fazer a sua parte.

A erradicação da pólio e do sarampo criou a falsa sensação de que a vacinação não é mais necessária. Doce ilusão. Como lembra a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente, em âmbito nacional, a falta de imunização fez o vírus do sarampo voltar a circular, causando a morte de cinco pessoas. Por sua vez, o Ministério da Saúde emitiu alerta para a baixa vacinação contra a paralisia infantil, inclusive, citando municípios da região prudentina.

Vale ressaltar que, embora o país não tenha registrado casos atuais de poliomielite, a preocupação do ministério se justifica aos menos por três motivos: a circulação do vírus em 23 países nos últimos três anos; o surgimento de um caso da doença na Venezuela, em junho; e o efeito devastador da doença no Brasil antes de sua eliminação, graças à vacina. O último caso do vírus selvagem foi catalogado em 1989, em Souza (Paraíba).

No sábado, como noticiado por este diário, foi realizado o “Dia D” da campanha nacional de vacinação. Em Prudente, ao todo, 29 salas estavam preparadas para receber crianças entre 1  e 5 anos incompletos. No entanto, infelizmente, a baixa adesão deixou os locais praticamente vazios, pelo menos durante a parte da manhã, quando a reportagem percorreu alguns pontos. Talvez o frio tenha espantado a população, o que, de forma alguma justifica esta triste realidade.

Durante todo o mês de agosto, a campanha continua, com mais um “Dia D” agendado para sábado, dia 18 – ocasião pensada nos pais que não podem levar as crianças durante a semana. Portanto, não há desculpa. Nenhuma “fake news” deturpando a importância das doses, ou qualquer justificativa que seja, jamais pode ser maior do que a preocupação em proporcionar aos pequenos uma vida saudável e longe de doenças, especialmente, aquelas que podem ser prevenidas por meio de vacinas.

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