Nível de inadimplência atinge patamar alarmante e precisa ser revertido

EDITORIAL -

Data 16/01/2019
Horário 05:30

2018 acabou, 2019 chegou, mas os problemas do último ano ainda respingam nos dias atuais. Como dizem por aí, “não tá fácil pra ninguém”. Sem qualquer murmuração, ou mesmo reclamação diante do cenário que se desenrola, mas a situação não está das melhores para o trabalhador brasileiro, que necessita urgentemente de um desafogo para não terminar ele mesmo afogado em suas contas, dívidas, ou demais pendências financeiras.

Um recorte deste quadro desolador foi divulgado ontem pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil. Segundo dados do Indicador de Inadimplência, o Brasil encerrou 2018 com um avanço de 4,41% no número de consumidores com contas em atraso na comparação com 2017. A estimativa é a de que o país fechou dezembro com cerca de 62,6 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. Número que representa 41% da população adulta que reside no Brasil. Deste total, a maior frequência de negativados está entre os 30 e 39 anos, com 52% da população nesta faixa etária com o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,8 milhões.

Ainda conforme o levantamento, as contas básicas com serviços essenciais para o funcionamento da residência, como água e luz, foram as que mais cresceram no período, um avanço de 14,88%. Em segundo lugar estão as dívidas bancárias (cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos), com crescimento de 6,81% na comparação anual. As dívidas contraídas no comércio e com boletos de telefonia, TV por assinatura e internet caíram 5,09% e 0,37%.

Os números mostram um cenário gravíssimo, e pior, evidenciam a dificuldade do brasileiro comum, em plena idade produtiva, de arcar com suas responsabilidades financeiras. Seja por conta do incentivo ao consumo popularizado em governos anteriores, ou mesmo pela elevada carga tributária e pela falta de uma educação financeira, o brasileiro, em sua maioria, está apertado, no sufoco, e não consegue sair do atoleiro. Algo precisa ser feito a nível governamental por essa parcela importante da população do país. Quem tem conta não dorme direito, não trabalha ou produz como deveria, logo adoece e perde o vigor produtivo, com isso quem perde é o país.

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