O que já fomos, conseguiremos ser o que queremos?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 12/07/2017
Horário 20:02

Existe um caminho que, caso queiramos seguir, precisaremos de alguma forma procurar o verdadeiro sentido que isto realmente irá valer apena. Ao acordar numa segunda-feira, principalmente para aqueles que já se encontram em suas acumuladas funções, se manifestam sempre na base do: “Ave Maria, vai começar tudo de novo!”. Isso, para alguns, talvez seja um grande calvário, sendo que, para outros, seja uma enorme satisfação. Mas creio que isso, independe de ser na segunda, terça, quarta, quinta ou sexta-feira, vai de cada um.

Assim, na leveza de entendermos que para alguns é um sacrifício e para outros um prazer em fazer, ficamos sempre em alerta na conturbada elasticidade desses afazeres, que dignificam ou não as pessoas. Só lembramos que, as insatisfações, quando de forma acumulada, nos pegam de surpresas, pois vemos pessoas no ápice de sua ignorância desconsiderar tudo o que a natureza tem lhe dado de bom e de graça.  Às vezes, a inexistência paira sobre quem ainda não acordou naquele dia, mesmo sendo num determinado fim de semana, e cheio de presentes que a vida lhe proporciona.

Quando temos 20, 25 e até 30 anos, tranquilamente podemos chegar ao ápice de nossa performance, independente da atividade, desde que se tenha um direcionamento de consciência por uma orientação. Após esses anos, há necessidade de uma maturidade, de compreendermos que nossa fisiologia não mais corresponde aos grandes esforços de tempos atrás, e que até pretendemos, mas infelizmente, existe uma perda muito natural que a vida se encarrega de fazer isso. Sejamos precavidos dessa perda, mas muito sábios pelo ganho de saber cuidar-se de nosso bem maior. Então, respeite seu corpo e não crucifique o tempo.

Talvez, você já tenha ouvido essa bem colocada frase: “mude o caminho, mas nunca o objetivo!”. Sem contar que, até podemos ter o senso da desconfiança, quando algo não vem dando certo e insistimos em mudar, sem ao menos se preocupar com o objetivo escolhido. Há essa necessidade de reflexão, se quisermos entender e acreditar em nossas vontades, que possam buscar uma transformação em nossas atitudes. Por menor que seja, mesmo num dia comum de tarefas sem muita importância.

Vivemos momentos tão intensos, que nem precisamos pensar muito, pois o caminho é buscar novos desafios, isto é, chegou a hora de nos reinventarmos. E convenhamos que, talvez, tua sublime experiência poderá lhe confortar de agir com outras tarefas ou funções, mesmo não sendo de sua vontade, mas por obter o conhecimento. Mas quem garante isso? 

Talvez, você já esteja cansado de tanta inconformidade, principalmente, quando a TV, redes sociais, amigos e até estranhos, lhes jogam as informações que receberam e lhe transmitem de forma inusitada. Esse é o verdadeiro acúmulo de informações que, se não souber lidar com discernimento, simplesmente sufoca.

Podemos até estar temerosos, pois, no momento atual estamos lidando com muitos profetas, que tentam nos convencer de suas habilidades impraticáveis. Habilidades de suas transformações. Digo profetas das mudanças na economia, na transparência, na igualdade, na educação, na saúde e etc. Profetas dos tempos de uma realidade que ainda não aprendemos a lidar com ela. E tudo isso nos remete a repensar, e muito, sobre conceitos de ética e caráter. Seja em qualquer ambiente e lugar, o que podemos esperar desses grandes e ilusionistas chamados de nossos profetas, de um país que necessita de recomeçar sua história?

Assim já dizia Matheus de Souza, um velho companheiro de grandes artigos: “Reputação é algo externo. O caráter é o equivalente interno. Portanto, sempre dê atenção ao seu caráter. Não a sua reputação. Ninguém consegue fingir ser quem não é por muito tempo”.

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