Ocorrências de conjuntivite elevam 133,8% em Prudente

Comparativo se dá em vista dos 888 casos computados em 2017, que cresceram para 2.077 em 2018; VEM atribui majoração ao surto de março e abril

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 16/08/2018
Horário 05:03
Arquivo - Em 2018, nos sete primeiros meses, 2.077 casos de conjuntivite foram registrados em Prudente
Arquivo - Em 2018, nos sete primeiros meses, 2.077 casos de conjuntivite foram registrados em Prudente

O número de casos de conjuntivite registrado pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente teve um aumento de 133,89%, ao comparar o período que vai de janeiro a julho dos anos de 2017 e 2018. Isso porque, conforme a vigilância, no ano passado foram registrados, apenas nas unidades municipais de saúde, 888 casos de conjuntivite, que aumentaram para 2.077 nos sete primeiros meses de 2018. “Neste caso não podemos considerar que, atualmente, temos um surto, pois são casos pontuais, diferente do que ocorreu entre os meses de março e abril. A prevenção, como sempre, é a melhor saída”, expõe a diretora da VEM, Elaine Bertacco. Por falar em prevenção, o oftalmologista Gabriel Couto Senra diz que em 95% dos casos, a conjuntivite que prevalece é a viral e ressalta que os cuidados com a higiene devem ser redobrados com os números, para que esta porcentagem diminua.

De acordo com os dados da VEM, os sete primeiros meses de 2017 foram divididos em 30 semanas epidemiológicas, que é a divisão feita para que a vigilância acompanhe semanalmente os casos registrados em todas as unidades, sendo que a semana 17, que corresponde ao fim de abril, apresentou a menor quantidade de casos, quando 14 foram registrados. Neste ano, no entanto, a mesma semana apresentou 100 casos, sendo esta a última semana a apresentar números superiores a 100 casos de conjuntivite, já que as semanas anteriores chegaram a registrar 156 e 191 casos.

“Recebemos semanalmente planilhas com todos os casos registrados no município. Pode ser que tenham ainda mais pessoas que tiveram a doença, já que aqueles diagnosticados em clínicas particulares, por exemplo, não nos são transmitidos”, esclarece Elaine. Já sobre os números que passaram de 100 casos entre os meses de março e abril, ela afirma que se trata de um surto que foi registrado na época, e noticiado por este diário (veja o saiba mais), quando os bairros Morada do Sol e Humberto Salvador apresentaram casos desenfreados de conjuntivite, acometendo pessoas que habitavam na mesma residência, rua, ou até mesmo crianças em escolas. “Naquela época sim consideramos um surto, pois a transmissão era realizada entre pessoas próximas e de forma desenfreada por causa do contato direto. Para ser surto, precisam ser casos interligados”, explica Elaine.

Conforme o oftalmologista, entre os sinais da presença de conjuntivite estão irritações oculares, coceira nos olhos, vermelhidão, intolerância à luz e aumento da secreção ocular. Com transmissões realizadas de forma direta, pelo contato, ele esclarece que é preciso ter cuidado com a higiene para que os casos sejam evitados. “O contato mão-olho-mão é o mais comum, mas objetos contaminados também podem transmitir a doença. É preciso que se mantenham sempre as mãos limpas e que todos façam o uso de álcool em gel”, expõe Gabriel. Sobre os tipos de conjuntivite, viral, bacteriana e alérgica, ele ressalta que a primeira delas é a mais frequente, sendo registrada em 95% dos casos.

SAIBA MAIS

Conforme noticiado no início de abril por este diário, duas cidades da região, Pirapozinho e Presidente Prudente, preocupavam em relação à quantidade de casos de conjuntivite. Na primeira cidade, a situação, inclusive, chegou a ser considerada como um surto, já que em 2017 a cidade não havia registrado nenhum caso da doença, que neste ano, até abril, foram 695. Presidente Prudente, por sua vez, no mesmo período, registrou 841 casos, sendo que os bairros Morada do Sol e Humberto Salvados concentravam as maiores quantidades.

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