Partos prematuros em hospitais públicos de Prudente atingem 16,3%

Conforme duas unidades de saúde que atendem pelo SUS na cidade, dos 2.778 partos realizados neste ano, 454 foram prematuros e precisaram de cuidados especiais

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 04/12/2019
Horário 04:02
Cedida - Com o acompanhamento correto, esse pequenos heróis são capazes de se desenvolver plenamente
Cedida - Com o acompanhamento correto, esse pequenos heróis são capazes de se desenvolver plenamente

O nascimento de um bebê prematuro pode trazer momentos de muita preocupação aos pais e a toda família. Com o acompanhamento correto, no entanto, a criança é capaz de se desenvolver de maneira saudável e enfrentar com saúde este que pode ser o primeiro, e mais importante, dos desafios de sobrevivência que ela enfrentará na vida. Em Presidente Prudente, conforme duas unidades de saúde que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira e o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, dos 2.778 partos realizados neste ano, 454 (16,3%) foram prematuros.

O pediatra Regis Assad afirma que pode ser considerado como prematuro o bebê que nascer antes das 37 semanas de gestação – lembrando que uma gravidez normal conta com 40 semanas – e é neste momento que os profissionais da saúde devem se atentar para que todo o cuidado necessário seja prestado. Ele lembra, ainda, que diversos são os fatores que causam um parto prematuro, como uma gestação de gêmeos, infecções durante este período ou até mesmo problemas como pressão alta e descolamento prematuro de placenta. Ele considera alto o índice de 16,3% apresentado na cidade, que pode estar associado à qualidade de vida da população e ao aumento na quantidade de cesárias, quando bebês nascem “antes do que deveriam”.

“É por isso que três coisas precisam ser analisadas cuidadosamente: a parte respiratória, pois, muitas vezes, o bebê sentirá falta de oxigênio por não estar com o pulmão maduro, e o controle da temperatura do corpo dele, o que o faz ir para a incubadora”, salienta o especialista. O terceiro item, por fim, está relacionado com a alimentação do recém-nascido, que precisará tomar soro até que ele possa ser alimentado. Se estes e outros fatores não forem levados em consideração, a criança pode sofrer com problemas futuros, como mentais e motores.

INCIDÊNCIA DE PARTOS

PREMATUROS EM PP

O Hospital Estadual lembra ser referência na região em gestações de média e alta complexidade, e informa que, em 2019, até outubro, foram realizados 1.775 partos, sendo 251 de bebês prematuros. “Além de realizar o pré-natal de gestação de alto risco, a unidade oferece assistência humanizada às gestantes atendidas pelo SUS, como o projeto Parto Adequado, que proporciona que a gestante conheça a unidade e os profissionais antes do parto”. Além disso, a unidade expõe que há também o projeto Beija-flor, no qual mães de bebês internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) recebem apoio multiprofissional com psicólogo, médico e assistente social.

Já no HR, no mesmo período analisado, a unidade registrou 1.003 partos, sendo que, destes, 203 foram considerados prematuros.

SAIBA MAIS

Em 2016 – dado mais recente – a pesquisa “Nascer no Brasil: Inquérito nacional sobre parto e nascimento” apontou que a taxa de nascidos prematuros no país é de 11,5%, o que faz com que o Brasil tenha uma taxa quase duas vezes maior que a encontrada em países europeus. Do total, 74% eram prematuros tardios, ou seja, entre 34 e 36 semanas gestacionais. “Muitos casos podem decorrer de uma prematuridade iatrogênica, ou seja, retirados sem indicação, em mulheres com cesarianas agendadas ou avaliação incorreta da idade gestacional”, apontou na época a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que divulgou a pesquisa.

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