Pérolas

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 06/03/2019
Horário 08:36

O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) está hoje com um índice de aprovação nas ruas de 57,5%, mas no congresso, em baixa. Tal fato se dá pela inabilidade política e intromissão dos seus filhos que agem como se também presidentes fossem, fato deplorável e inédito na história do Brasil. A esperança do povo brasileiro parece estar alinhada aos ministros considerados confiáveis como Paulo Guedes, da Fazenda, Sérgio Moura, da Justiça, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança e pelo perspicaz vice-presidente Hamilton Mourão. Não obstante outros ministros de áreas também importantes deixam muito a desejar. 

O teórico ministro da Educação Ricardo Rodrigues que nem brasileiro é, declarou que os brasileiros são canibais. O que se espera de um ministro da Educação é trabalho sério, ações sólidas na área e não críticas sórdidas ou bobagem de ideologia. Do início de sua gestão ainda nada foi proposto de concreto na área da educação. A ministra, Damaris Alves, da Família e Direitos Humanos é uma figura folclórica. Em entrevista ela aconselhou pais e mães de meninas a fugir do Brasil para evitar a violência e abuso sexual das suas filhas. Disse: “A gente recebeu uma pesquisa de que o Brasil é o pior país da América do Sul para criar meninas. Se eu tivesse que dar um conselho para quem é pai de menina, mãe de menina é: Fuja do Brasil.” Depois de ouvir essa declaração da própria ministra da Família e Direitos Humanos, o que esperar?  Ainda a ministra, de cuja atitude espera-se, sensibilidade, imagine, leitor, que ela solicitou que se investigue não João de Deus, mas vítimas por ele molestadas. Também o ministro Celso de Mello ao receber a declaração de que está sendo investigado deu ordem para que sejam investigados os investigadores que o investiga. Assim são espalhadas pérolas dos nossos representantes.

Nem a confirmação de que a Vale sabia do rompimento antes de romper, levou os principais responsáveis à cadeia. Grupos de “ativistas internacionais” estão exigindo a demissão dos diretores da empresa. Mas no Brasil eles estão muito bem obrigado, livres e soltos e, o presidente da Vale Fábio Schvartsman que recebe salário de R$1,5 milhão por mês, pediu um leve afastamento provisório. No Egito, um trem saiu dos trilhos ocasionando incêndio, a morte do maquinista e mais 28 pessoas. O ministro dos transportes envergonhado e sentindo-se também responsável, pediu demissão do cargo, enquanto no Brasil matam-se centenas em crime hediondo e os responsáveis continuam com seu caviar livres e felizes.

Os primeiros 55 dias de governo Bolsonaro nos oferece paisagem bastante nublada donde vamos chegar com a reforma, o pacotão de Segurança de Moro, já desrespeitado e por não satisfazer a exigência do filho do presidente, e a nova Previdência de Guedes, necessária dado os desfalques criminosos dos políticos corruptos. Mais uma vez, os trabalhadores “pagam o pato” e aceitam colaborar com o Brasil. Até hoje a Justiça brasileira tem sido boazinha e branda com réus poderosos e advogados com honorários milionários. Mas tem tido mão de ferro quando se trata de pequenos furtos, roubos dos que não têm recursos para contratar advogados a preço de ouro. Estamos aguardando o que se espera deste “novo momento histórico”. E que venha justiça e que nunca mais o povo trabalhador tenha que pagar assaltos de políticos que são, mas não deveriam ser regiamente pagos pelos trabalhadores brasileiros.

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