Pesquisa apura efeitos de hormônio de crescimento

Experimentos foram feitos em ratos, porém, os resultados obtidos simulam os efeitos da aplicação de GH por frequentadores de academias de musculação

Esportes - Da Redação

Data 02/07/2019
Horário 04:01
Foto: Erika Foglia/AI Unoeste - Estudo da Unoeste alerta para o uso indiscriminado de hormônios anabólicos
Foto: Erika Foglia/AI Unoeste - Estudo da Unoeste alerta para o uso indiscriminado de hormônios anabólicos

Por meio de um estudo que buscou investigar os efeitos da aplicação do hormônio do crescimento em ratos Wistar, realizado por professores da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Robson Chacon Castoldi e Ines Cristina Giometti Ceda, foi verificado que os animais que receberam GH demonstraram diminuição da densidade mineral óssea quando comparados aos animais que realizaram o treinamento físico de forma isolada. A pesquisa, que contou com a colaboração do Departamento de Educação Física e da CPDI (Coordenadoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da Unoeste, teve também a parceria da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

De acordo com Chacon, que apresentou a pesquisa intitulada “Efeito do treinamento de força muscular e aplicação de hormônio do crescimento [GH] no tecido ósseo femoral” como sua tese de doutorado pela Unicamp, os experimentos foram feitos em ratos, porém, os resultados obtidos simulam os efeitos da aplicação do hormônio por frequentadores de academias de musculação.

“Foi verificado que apesar do GH causar hipertrofia muscular, o hormônio resultou na diminuição da densidade mineral óssea e não foi capaz de promover aumentos dos compostos minerais quando comparado ao treinamento isolado. Ou seja, parece que o GH pode resultar na diminuição da densidade do osso e impedir a mineralização do tecido. Esses achados demonstram que a aplicação do GH, sem necessidade terapêutica, pode prejudicar a formação do osso do fêmur”, explica o professor.

Ele salienta ainda que este resultado gera preocupação, pois estudos demonstram que boa parte de frequentadores de academias de musculação fazem uso da aplicação hormonal de forma indiscriminada. “Em relação aos resultados, este estudo pode servir como forma de advertência em relação ao uso de hormônios anabólicos para fins estéticos, especialmente o GH”, fala.

Os ratos foram submetidos a quatro semanas de treinamento e foi utilizada a dosagem de 0.2 UI de GH em cada animal, que foram divididos em quatro diferentes grupos: controle (sem treino e sem GH); controle GH (sem treino e com aplicação de GH); treinamento (realização do treinamento de força muscular e sem aplicação de GH) e, por último, treinamento e GH (realização do treinamento e aplicação de GH). “Verificamos que os animais que realizaram treinamento de forma isolada obtiveram aumento das propriedades minerais ósseas dos compostos de fosfato, colágeno tipo 1, fosfato de cálcio, fosfolipídio – ácido nucleico, amida 3 e amida 1”, revela.

 

Publicação

A pesquisa dos professores foi publicada neste mês pela revista científica internacional Lasers in Medical Science (Lasers em Ciência Médica) e o artigo possui Qualis A1 e fator de impacto de 1,94, que significa que o estudo foi publicado na melhor categoria de periódicos elaborada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Já o fator de impacto representa que a cada publicação pela revista, este trabalho será citado em pelo menos duas outras da área da saúde.

“A publicação em uma revista internacional mostra a qualidade da pesquisa realizada pela Unoeste e nos motiva a continuar nesse caminho de investigações científicas. Além disso, o retorno para sala de aula na forma de conteúdo é fundamental para a formação dos acadêmicos dos cursos de graduação”, finaliza o docente.

 

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