Dando sequência às atividades do 2º Simpósio de Batata Doce, que integra a programação da 2ª Feira da Batatec (Feira Tecnológica da Batata Doce), a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), junto a parceiros, realizou na manhã de ontem uma mesa redonda para discutir trabalhos acerca da cultura. Entre os projetos, um dos destaques veio com a pesquisadora da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) de Presidente Prudente, Amarílis Beraldo Rós, que está à frente de uma pesquisa que visa fomentar a produção da batata doce “mais bonita”.
Isso mesmo, mais bonita. Porque segundo a própria pesquisadora, a ideia central do trabalho é gerar a produção de batatas doces coloridas, mais produtivas e com formatos e características que agradem ainda mais os produtores rurais e consumidores, de forma a impulsionar “a produtividade e, consequentemente, o consumo”.
E ontem, em meio ao Simpósio, Amarílis apresentou os resultados iniciais do trabalho, que teve início em 2016, por meio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Naquela época, para os primeiros passos, a pesquisadora conta que plantou campos de batata doce com as cultivares Uruguaiana e Londrina, que são materiais mais utilizados pelos produtores da região. “Deixamos agir. E com o tempo, foram geradas mais de duas mil sementes a partir de polinização natural e essas, depois de semeadas, originaram ramas que foram plantadas e permitiram a avaliação uma a uma de mais de 1,5 mil variedades diferentes de batata doce”, completa.
De tal contingente, utilizando um gesto ainda criterioso, conforme Amarílis, foram selecionadas 80 plantas julgadas como mais promissoras, isto é, com características relacionadas à alta produtividade, coloração de polpa e aspecto da casca. “Identificamos cultivares de polpa branca e amarela, que são as preferidas dos produtores, mas também bicolores e laranjas, com altos índices de betacaroteno. Acreditamos que alguns desses materiais possam ser interessantes para nichos de mercado”, aponta.
Com tais resultados, de acordo com a Apta e a própria pesquisadora, a expectativa é que, em três anos, seja apresentado ao setor novos materiais. “Precisamos ainda fazer diversos testes no campo, além da avaliação das características relacionadas ao sabor e textura, porém, já identificamos plantas que produzem 64 toneladas por hectare, enquanto as cultivares mais plantadas pelos produtores alcançam até 30 toneladas por hectare”, finaliza Amarílis.
Programação Batatec
Continua hoje a programação da 2ª Batatec. O evento tem como objetivo fomentar a cadeia produtiva do tubérculo na região, e mostrar as tecnologias em termos de empregabilidade e alimentação. Em todos os dias, contará com expositores de maquinários e produtos agrícolas, atrações musicais, food trucks, cervejas artesanais de batata doce, feira de artesanato e atrações infantis. As atividades ocorrem hoje, no Centro de Eventos IBC (Instituto Brasileiro do Café).
Programação das palestras do Batatec - Hoje |
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7h30 às 8h |
Apresentação dos trabalhos científicos em pôster |
8h30 às 9h30 |
Palestra: Processamento e produtos de batata-doce Palestrante: Professor Ivo Mottin Demiate – UEPG/Ponta Grossa |
9h às 10h |
Palestra: Batata-doce como fonte de nutrientes benéficos à saúde Palestrante: Professora Giuseppina Pace Pereira Lima – Unesp/Botucatu |
10h05 às 10h30 |
Intervalo |
10h30 às 12h |
Apresentação oral dos cinco melhores trabalhos científicos |
12h às 13h30 |
Horário de almoço |
13h30 às 14h30 |
Palestra: Manejo de pragas Palestrante: Pesquisador Jorge Anderson Guimarães - Embrapa Hortaliças |
14h30 às 15h30 |
Palestra: Manejo de doenças Palestrante: Pesquisador Alexandre Furtado Silveira Mello - Embrapa Hortaliças |
15h30 às 16h |
Intervalo |
16h às 17h |
Palestra: Manejo de plantas daninhas Palestrante: Professor Leandro Tropaldi – Unesp/Dracena |