Polícia investiga feminicídio em Martinópolis

Renata Alves Betti, 24 anos, foi morta pelo marido, o agente penitenciário Alex Paschoal Betti, 35 anos, durante uma briga

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 01/04/2020
Horário 05:19
Arquivo - Autor prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Martinópolis
Arquivo - Autor prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Martinópolis

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte da auxiliar de enfermagem, Renata Alves Betti, 24 anos, assassinada pelo marido, o agente penitenciário Alex Paschoal Betti, 35 anos. O assassinato da jovem assustou os moradores de Martinópolis, que acompanharam as tratativas de rendição entre o acusado e a Polícia Militar durante a madrugada de ontem. Em depoimento, o homem alegou ter “perdido a cabeça” durante discussão sobre uma suposta traição.

É o que afirma o delegado de polícia, Airton Roberto Guelfi, que registrou o crime como feminicídio. “Ele alega que estava desconfiando de uma traição e naquela noite observou algumas atitudes que levantaram suspeitas. Então, iniciou-se uma discussão que acabou indo para algo mais ríspido”, explica o delegado, com base no relato de Alex. “Diante de um momento de nervosismo, perdeu a cabeça, se apoderou de uma arma que mantinha para segurança própria no guarda-roupas, e efetuou três disparos contra ela”.

Conforme Guelfi, o agente penitenciário – que disse estar afastado da função há quatro meses por problemas psicológicos, demonstrou arrependimento durante o interrogatório. “O crime passional tem essa característica, os autores logo se arrependem”, salienta. Na tarde de ontem, Alex Paschoal Betti passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Até então, permanecerá no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caiuá enquanto aguarda vaga em outra unidade.

PEDIDO DE

SOCORRO

O crime ocorreu na segunda-feira, pouco antes da meia-noite, em um imóvel na Rua Juracy José Coelho, bairro Pioneiro 2. Conforme a polícia, Alex e Renata estavam juntos há dois anos, porém, casados há 11 meses. Na delegacia, o indivíduo relatou que recentemente haviam se separado, mas que ainda mantinham contato. Na segunda-feira, eles estiveram juntos na residência.

Em determinado momento, o homem pegou o celular da vítima que estava na cama e começou a questionar sobre um contato da agenda, bem como de informações que ele recebeu sobre suposta traição. Segundo a polícia, a conversa resultou em discussão e ambos entraram em luta corporal. Durante a briga, a mulher correu para o banheiro e trancou a porta. Foi então que passou a gritar por socorro, inclusive, mandou mensagem para a família pedindo ajuda. Na sequência, ela correu para a sala, quando foi surpreendida pelo autor.

De acordo com a Polícia Civil, Renata foi morta com três tiros. Após o crime, o agente penitenciário permaneceu no imóvel até que acabou se entregando, por volta das 3h, após tratativas com a Polícia Militar. A arma de fogo calibre 38 foi apreendida e será periciada.

Renata Alves Betti trabalhava como auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de Martinópolis. Até a publicação desta reportagem não havia informações sobre o sepultamento da vítima.

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