Preço do ovo na região de Prudente valoriza em 35,11%

A caixa com 30 dúzias de ovos, na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, região de Presidente Prudente, teve uma valorização de 35,11% entre os anos de 2015 e 2017, dados mais recentes, conforme informações do IEA (Instituto de Economia Agrícola), visto que há três anos a caixa custava R$ 60,45 e passou para R$ 81,68 no ano passado. Para o engenheiro agrônomo Mário Totti, do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Presidente Venceslau, da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), o aumento no preço pode estar ligado à valorização que o milho recebeu nos últimos anos que, consequentemente, influencia diretamente nesta cadeia produtiva. Já o produtor rural e proprietário da Granja Acampamento, Gilson Yiada, de Regente Feijó, lembra que a lei da oferta e demanda pode ser outro motivo para o aumento, já que o ovo se tornou uma opção saudável e “mais em conta” em épocas de elevação do preço da carne vermelha.

Os números do Instituto de Economia Agrícola se referem aos municípios atendidos pelos EDRs de Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Dracena, e revelam que, em 2015, o preço médio de R$ 60,54 (veja a tabela) foi acompanhado pela produção de 2.313.515 caixas com 30 dúzias, que geraram um valor de produção em R$ 139.851.999,28. Em 2016, o preço médio passou para R$ 77,15, com a produção de 2.333.933 caixas e valor em R$ 180.062.950,23. Em 2017, dados mais recentes do IEA, o produto apresentou o maior preço médio no período analisado, já que atingiu o preço de R$ 81,68 com a produção de 2.376.862 caixas, e geração de R$ 194.142.111,86.

Mário Totti, engenheiro agrônomo do EDR de Venceslau, atribui a variação nos preços à valorização do milho, mas lembra que os novos valores nem sempre são vistos de forma positiva pelo setor. “Quando essa alta é acompanhada de aumentos salariais, por exemplo, não há problemas, mas em casos sazonais, como possivelmente ocorreu, nem sempre é positivo, pois pode afetar a venda dos produtos”, esclarece. Ainda segundo explica, a relação do preço do produto com o milho ocorre diretamente, visto que 60% da composição das rações usadas em granjas têm o produto como base, o que causa o impacto na cadeia de produção.

Impactos no setor

Já Gilson Yiada, produtor rural e proprietário da granja em Regente Feijó, informa que 2017, em relação aos demais anos, foi atípico no que diz respeito ao preço dos ovos, já que os valores, segundo ele, se mantiveram estáveis durante os 12 meses do ano, e ressalta que essa valorização pode estar ligada, entre outros fatores, à lei da oferta e demanda e retornos positivos com o investimento neste setor. “Antigamente, o ovo era um vilão para a saúde, mas isso foi desmistificado e, consequentemente, houve um aumento na procura, e também no número de pessoas que investem na área”.

Desta forma, o produtor acredita que, para 2018, o cenário não seja “extremamente positivo”, pois a quantidade de pessoas que ingressaram no ramo, ou que aumentaram o seu plantel, faz com que aumente a competitividade, mas também a oferta “excessiva” do produto.

A linha de raciocínio é confirmada pelo gerente do Supermercado Avenida, em Presidente Prudente, Joelson Tonietti, que ressalta ter presenciado um aumento “mais do que expressivo” nas vendas de ovos nos últimos anos. “Mesmo com a valorização no preço do produto não tivemos prejuízos, pelo contrário, eu comprava em 2015 uma média de 20 caixas de um só tipo, que passaram em 2017 para 40 caixas, o dobro”, salienta. O gerente lembra que este é um setor que está sempre em alta no mercado e não apresenta queda no consumo em nenhuma época do ano.

O representante da Acovapp (Associação do Comércio Varejista de Carnes de Prudente e Região), Jesuíno de Paiva Cavalcante, por sua vez, afirma não acreditar que um possível aumento nos preços das carnes vermelhas tenha relação com o aumento na demanda e procura por ovos. “Penso que não há ligação, pois, a meu ver, a realidade no setor das carnes não é de aumentos expressivos nos últimos anos, pela própria situação econômica do país. O setor trabalha para vender os produtos e sabe que o consumidor não aceita exageros”, esclarece.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola