Após a chegada do frio em todo o Brasil, notório principalmente no mês de agosto, o inverno inicia a sua despedida, enquanto a primavera dá indícios de sua chegada. Nesta estação, não são apenas as flores que começam a aparecer, mas aqueles que se esconderam enquanto o termômetro marcava temperaturas baixas, também começam a sair de casa e retornar as atividades diárias. Além disso, o calor que retorna com a primavera proporciona um melhor ambiente para se exercitar, principalmente ao ar livre, e isso se prova quando os parques da cidade voltam a lotar, o que não era visto durante as tardes mais frias.
Com o retorno às atividades, o fisiologista Jair Rodrigues Garcia Junior, relembra os cuidados que aqueles que se afastaram dos exercícios devem ter. “A primeira recomendação é não deixar de praticar atividade física em nenhuma época. Para quem está voltando, deve reiniciar ‘pegando leve’ para passar novamente por um período de adaptação e ir aumentando gradualmente a duração e intensidade da atividade física. A principal dica é contar com um professor de Educação Física para orientação deste processo”. Destacando a principal dica, Mariana Mieko Yamaguchi Misucochi, graduada em Educação Física Bacharel e Licenciatura, explica como faz com aqueles que optam por “sumir” por tempo determinado. “Faço uma anamnese questionando alguns pontos principais, como quanto tempo está parado sem exercício físico, se nesse tempo ele sentiu algum dor, desconforto ou lesão, se ocorreu aumento de peso corporal e faço uma avaliação física que consiste em identificar quais alongamentos são necessários e exercícios que serão aplicados”, enfatiza.
Se aproximando do verão, muitos voltam às práticas em busca do “corpo perfeito”, mas para isso, Jair relembra que os resultados tem um tempo certo para começarem a aparecer. “Todos devem ter ciência de que os resultados visíveis começam a aparecer por volta de 2/3 meses de prática, desde que haja boa frequência e orientação adequada. Excesso de exercícios pode ser prejudicial para quem está iniciando e até mesmo para atletas bem condicionados. Dietas radicais e medicamentos [hormônios] podem trazer resultados rápidos, porém, são sempre perigosos para saúde. Suplementos nutricionais, em geral, são indicados apenas para atletas, pois trazem poucos resultados para quem está iniciando ou não treina tão intensamente”, explica.
Já aqueles que estão pensando em começar a realizar alguma atividade física, o fisiologista coloca a primavera como uma estação propícia para dar os primeiros passos. “As atividades físicas devem ser praticadas continuamente, preferencialmente sem interrupções por mais de 1/2 semanas. O início da primavera, com temperaturas mais amenas é um ótimo período para reiniciar a prática e se adaptar para continuidade durante o verão com as temperaturas mais elevadas. A prática no período da manhã, ao amanhecer, é uma dica”, destaca.
Ar livre
Aplicando aulas de treinamento personalizado, musculação, treinamento funcional, além de corridas e caminhadas, a educadora física, Mariana, busca treinar seus alunos em ambientes fechados e também abertos, como no Parque do Povo. Para ela, ao mesmo tempo que o calor tem seus pontos positivos, há também os negativos. “No calor é agradável praticar exercícios físicos em ambientes ao ar livre, logo pela manhã ou no final da tarde. Mas, nos problemas temos que no calor acabamos dormindo menos, e na correria do dia a dia acabam tomando menos água do que o necessário e acaba atrapalhando um pouco o rendimento do treino”, lembra. Cuidado que é destacado também por Jair. “Exige mais cuidado com a hidratação, pois a perda de suor tende a ser maior; em atividades físicas de intensidade moderada e alta, tendo a provocar fadiga mais precoce. A dica é evitar a prática a ar livre quando o sol estiver mais forte ou procurar por ambientes climatizados”, enfatiza.
Academias
De acordo com o educador físico, Douglas Rocha, o inverno afasta o público da academia onde trabalha por diversos motivos, inclusive por estar presente no período de férias da faculdade e também escolas da cidade. “A maioria que frequenta são universitários, então nas férias vão para casa, mas por conta do frio, aqueles que permanecer por aqui, ficam preguiçosos e indispostos, então deixam de comparecer”, explica. Com poucos alunos que continuam as práticas longe da cidade, Douglas destaca cuidados que devem ter ao retornarem. “A primeira semana deve ser mais para um treino de adaptação, além de procurar se hidratar bem e se alimentar, também”, lembra.
Ao contrário dos demais
O grupo de Yoga que se encontra também no Parque do Povo, comandado por Raissa Puzzi Lodviz, não é daqueles que foge quando vê uma frente fria chegando, mesmo que a prática fique ainda melhor com o tempo aberto e calor. “Teve um domingo que esfriou, achei que não fosse aparecer um e de repente lotou. Também achei estranho, mas acredito que o frio não é tão importante”, destaca. Para Cássia Regina Martins da Silva Fontes, uma das praticantes da aula de yoga e também corredora, a temperatura baixa pode diminuir a vontade de ir, mas acaba sempre criando forças na última hora. “Eu não gosto muito do frio, pois temos que colocar mais roupa, é uma estação que me deixa mais preguiçosa, mas mesmo no frio procuro me exercitar. O que noto é em relação a umidade, que no frio o tempo é mais seco, então parece que atrapalha na respiração”, enfatiza.
