Professores da Unesp decidem por paralisação em assembleia

Ato está previsto para ocorrer em Prudente na próxima quarta-feira, já que os docentes não concordam com a correção de 1,5% proposta pelo Cruesp; categoria pede reajuste de 16%

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 25/05/2018
Horário 08:43
Arquivo - Assembleia ocorreu na segunda-feira, no campus de Prudente, com 50 docentes participantes
Arquivo - Assembleia ocorreu na segunda-feira, no campus de Prudente, com 50 docentes participantes

Após a realização de uma assembleia na segunda-feira, a Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp) decidiu por realizar uma paralisação na próxima quarta-feira, dia 30. Dentre as reivindicações, conforme o vice-presidente da associação, Ricardo Pires de Paula, está a proposta de reajuste salarial em 1,5% por parte da Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) aos professores, sendo que, conforme Ricardo, o correto seria a correção em 16%. “Em três anos, um professor doutor deixou de ganhar algo em torno de R$ 37 mil e nosso último reajuste da inflação foi em 2015, por isso nossa reivindicação”, informa.

O vice-presidente lembra que a assembleia ocorreu na segunda-feira, no campus da Unesp de Presidente Prudente, quando cerca de 50 professores se reuniram para debater a proposta de greve prevista para iniciar na próxima segunda-feira. “Essas assembleias ocorrem em diversos campi da universidade, contamos com a presença do presidente da Adunesp em nível estadual, que explicou para nós sobre a negociação do Fórum das Seis, que reúne os sindicatos e servidores, e do Cruesp no dia 17 deste mês”, lembra.

Conforme Ricardo, foi apresentada uma proposta inicial de 1,5% de reajuste salarial, o que não foi aceito pelo Fórum das Seis, e, por isso, foi motivo de encaminhamento para uma greve a partir da próxima semana. “Na nossa reunião, no entanto, foi colocada em votação essa hipótese, mas a maioria optou por não aderir ainda, mas paralisar o serviço somente no dia 30, quando haverá uma nova reunião entre o Fórum das Seis e Cruesp”.

A reivindicação, no entanto, não fica apenas nos 16% de reajuste, já que, conforme Ricardo, há outros assuntos a serem pensados, como a falta de contratação de professores por parte da Unesp estadual, já que desde 2014 não há contratação de professores ou servidores. “Em Prudente, desde este período, 29 docentes se aposentaram e não há reposição. Isso traz uma sobrecarga muito grande”, finaliza.

A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Unesp de Prudente, via e-mail, mas não obteve um retorno até o fechamento desta edição.

 

Paralisação necessária

Conforme a estudante de Educação Física, Stephanie Maria Rodrigues, 18 anos, a medida é necessária, para que os professores sejam vistos e possam expor suas reivindicações e necessidades. “Sabemos que não há reajustes salariais já há algum tempo, mas esse não é um problema isolado, já que os alunos que recebem bolsas auxílio também enfrentam dificuldades”, lembra.

Ainda segundo a estudante, se a paralisação ocorrer apenas neste dia, como em outras ocasiões, não haverá prejuízo aos alunos, por apresentarem, também, assuntos que são de interesse dos alunos.

 

Em três anos, um professor doutor deixou de ganhar algo em torno de R$ 37 mil e nosso último reajuste da inflação foi em 2015, por isso nossa reivindicação

Ricardo Pires de Paula

vice-presidente da Adunesp

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