Teve início ontem, em Teodoro Sampaio, o primeiro plantio de mudas para recuperação da vegetação nativa, resultado de uma conversão de 22 autos de infração que ocorreram entre 2011 e 2018 e passam de R$ 2,6 milhões. Com isso, a iniciativa, que faz parte do Programa de Conversão de Multas da Sima (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente), deve restaurar 70 ha (hectares) do bioma da Mata Atlântica da região. “O Estado tem hoje um déficit de aproximadamente 600 mil hectares de áreas de preservação permanente que precisam dessa restauração, principalmente para melhorar a qualidade da produção hídrica desses espaços”, salienta o coordenador de fiscalização e biodiversidade, da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Sérgio Luis Marçon.
Segundo a pasta, a restauração dos 70 ha do bioma da Mata Atlântica corresponde a seis quilômetros de extensão, sendo que o corredor ecológico é de “extrema importância”, pois une os fragmentos da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto ao Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio. A restauração será pelo Programa Nascentes, com o Projeto Corredores de Vida: Resgate da Biodiversidade e Geração de Renda no Pontal do Paranapanema, Instituto de Pesquisas Ecológicas no Pontal do Paranapanema.
A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente relata que a restauração totaliza R$ 2.664.277,50 e lembra que o corredor também é uma das estratégias para proteção do mico-leão-preto e outras espécies ameaçadas. “O programa de conversão de multas foi criado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente para estimular a resolução de pendências ambientais. De acordo com as regras, cada R$ 50 mil em multa é convertido em um hectare de reflorestamento em qualquer região do Estado”.
Com isso, a secretaria lembra que a ideia é resolver o passivo das multas ambientais dos processos com recursos administrativos ao mesmo tempo em que fortalece a restauração ecológica, contribuindo para a melhoria dos serviços ecossistêmicos. “Hoje [ontem] é uma data muito importante, pois é voltado para o sentido de verificar o ganho ambiental que tivemos com essa conversão de multas. Somente em 2018, esse trabalho rendeu mais de 360 hectares recuperados e essa é uma das nossas principais frentes de trabalhos e que são exemplos de conquistas”, informa Sérgio.
O trabalho é capaz de restaurar áreas como beiras de rio e entorno de nascentes, de forma que a produção hídrica daquele local tenha mais qualidade. Por fim, a pasta lembra que embora a conversão de multas esteja disponível para todos os setores, até o momento apenas empresas do setor sucroenergético aderiram.