Prudente registra falta de combustível em postos

Filas que chegaram até mesmo a dobrar esquinas. Correria para abastecer e medo do esgotamento de combustíveis na cidade. Esse foi o cenário encontrado em postos de Presidente Prudente, ontem. Pelo menos os que puderam trabalhar, já que houve comércio fechado, devido ao esvaziamento de bombas já existente. O Sincopetro (Sindicato Comércio Varejista Derivados Petróleo Estado São Paulo) da cidade estima que metade dos estabelecimentos da cidade sofreu com a falta dos produtos, seja total ou parcial. A situação pode ser ainda pior, caso as manifestações continuem.

Dentre os locais afetados, pode-se citar: o Auto Posto ACJ, no Jardim Maracanã; o posto da rede Rodo Truck localizado na Avenida Juscelino Kubistchek de Oliveira, que inclusive chegou a tirar os preços das placas; o Assef Posto Comercio de Combustível, no Jardim Novo Bongiovani, operando apenas com etanol; e o Manauara Auto Posto, no Jardim Santa Clara, que lidou com a comercialização sem poder ofertar o diesel, que acabou.

No postos que funcionaram, os preços, até então, não foram muito diferente dos praticados na quarta-feira, como apurado pela reportagem (veja tabela). A principal alteração foi no diesel, que caiu em média 0,23%, talvez impulsionado pela redução realizada pela Petrobras; seguido da gasolina, que mediamente permaneceu da mesma forma; e, por fim, o etanol, que teve aumento em alguns locais, como já previsto. Na ponta do lápis, esse superávit do último combustível citado chegou a 1,11%. Apesar disso, teve local que elevou o preço da gasolina a R$ 5,699 o litro.

Para quem lida com isso, o consumidor, há lados contras e a favor. O motorista Rodrigo Ferrari, 25 anos, lamenta o valor praticado hoje no município, mas acredita que isso “trará bons frutos”, uma vez que se faz necessária “uma repressão contra o governo”. Por outro lado, ele se preocupa com a falta de combustível que pode acontecer nos próximos dias, “que vai acabar impulsionando para a paralisação de outros setores”, inclusive a falta de comida.

Assim como ele, o estudante Jorge Ferreira, 22 anos, apoia o movimento. Mas para ele, que ficou na fila por “muito tempo”, o esgotamento é um pesar, no entanto, discorda da oneração das cifras praticadas. “Eu penso assim, se esse combustível que está sendo vendido é de estoque, porque a gente tem que pagar bem mais do que eles compraram?”, questiona. Mesmo sem respostas, ele espera que a resolução do problema seja rápida, mas não só pela normalização dos serviços, como também um preço justo a ser praticado, principal motivo do movimento grevista.

Prognóstico

E como dito, aproximadamente 50% dos postos de Presidente Prudente sofreram com a falta de combustíveis ao longo do dia de ontem, conforme informou o presidente do Sincopetro em Prudente, Edson Goló Kishibe. “Se as distribuidoras continuarem bloqueadas amanhã [hoje], esse percentual pode chegar a 80% ou 90%. Haverá apenas um posto ou outro com combustível nas bombas”, conclui. De acordo com ele, os estabelecimentos não estão concedendo altas mercadológicas por conta da alta demanda, mas repassando o valor das refinarias. “Não vamos começar a selecionar os clientes”, garante.