Reabertura gradual do comércio gera preocupação

EDITORIAL -

Data 30/05/2020
Horário 04:30

Na quinta-feira, o governador João Doria (PSDB) anunciou a retomada da economia no Estado de São Paulo, com a reabertura consciente dos estabelecimentos comerciais e demais serviços que estavam paralisados durante a quarentena, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A medida começa a valer a partir de segunda-feira, e foi dividida em grupos regionais, conforme análise de fatores, como a quantidade de leitos hospitalares disponíveis, e a evolução dos casos de Covid-19.

O período que antecedeu a retomada gradual do sistema econômico dividiu a opinião pública. Enquanto alguns concordavam com a paralisação temporária, outros criticavam, levando em consideração a falência de estabelecimentos comerciais. Diante disso, o governo estadual reforçou a fala de que “as medidas foram tomadas com base na ciência e na medicina” – garantia para o equilíbrio dos casos da doença nos municípios paulistas.

Mesmo com o fim gradual da quarentena, a saúde pública continua em jogo, e qualquer lance errado poderá transformar a vitória em decepção. Isso porque a reabertura dos estabelecimentos comerciais trará a impressão de que está tudo bem e normalizado – e não é isso o que está acontecendo. Em Presidente Prudente, por exemplo, a situação não foi positiva durante a pandemia porque mesmo com os serviços essenciais em funcionamento, o fluxo de pessoas na cidade continuou normal. Prova disso são os baixos índices de isolamento social, as piores taxas do Estado.

A reabertura gradual é importante, porém, é preciso ter respeito. A Prefeitura de Prudente publicou ontem um decreto autorizando a retomada consciente, com algumas regras. Mas, será que serão cumpridas? Se mesmo com o decreto de quarentena os estabelecimentos continuavam “funcionando às escondidas”... A preocupação é maior ainda com uma parcela da população, que tem dificuldade de enxergar o quão grave é o momento pelo qual estamos passando.

Portanto, cabe a cada um parar de olhar para o próprio umbigo e zelar pela vida do outro – familiares, vizinhos, amigos, colegas de trabalho. Numa época em que tanto se falou sobre união e solidariedade, ainda é cedo para tocar a vida como antes.

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