Recolhimento de caçambas termina em uma semana

Prazo inicial se encerraria no domingo, mas sofreu alteração por conta das chuvas que atingiram a cidade durante 4 dias

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 15/02/2018
Horário 11:02

Uma semana. Esse é o temo que resta para que os caçambeiros retirem as caçambas que estão com lixo acumulado em Presidente Prudente. Para ser mais preciso, a previsão é que se encerre o prazo final no dia 22, quinta-feira que vem. O tempo hábil foi alterado pela Prefeitura, após o órgão contabilizar quatro dias de chuva no município, o que poderia atrapalhar o recolhimento e descarte dos locais de armazenamento no aterro sanitário. Como noticiado por este diário, as empresas possuem o período de 20 dias corridos para retirar as caçambas, a contar pelo dia em que foram notificadas, isto é, 30 de janeiro. O prazo inicial se encerraria no dia 18, mas sofreu a alteração por conta das condições climáticas, conforme está previsto no decreto.

Em meio ao trâmite, a municipalidade, por meio da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação), chegou a intensificar a fiscalização das empresas de transporte de RCD (resíduos de construção e demolição), em vista de que o prazo fosse cumprido. Na ocasião, a Prefeitura informou que a cerca de 1,2 mil equipamentos estiveram espalhados pela cidade, após o despejo dos entulhos no aterro sanitário do município ser proibido.

E se na época os caçambeiros afirmavam estar na fase final desse recolhimento, hoje, parte deles já admite ter finalizado. Como é o caso da PR Locação de Caçambas. O proprietário Maurício de Paula Silva conta que foram retiradas das ruas cerca de 60 caçambas, o que dá em torno de 180 toneladas de lixo, se levar em conta que cada compartimento pode ter três ou quatro toneladas cada. “No primeiro dia, nós trabalhamos com dois motoristas dedicados apenas a isso, para agilizar o quanto antes. Ficou um pouco corrido, mas conseguimos resolver”, completa.

Já por parte da Prudenbásico Locações, o proprietário Rodolfo Beloto Salomão garante que foram retiradas mais ou menos 35 caçambas. Por lá, eles já conseguiram recolher todos os compartimentos também, dentro do prazo inicial. Agora, a empresa trabalha de acordo com a Cooperen (Cooperativa para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), com o objetivo de recolher apenas o RCD. À reportagem, Rodolfo declara que o prazo foi justo.

Marcelo Tarabai, que é proprietário da Trans Caçamba, já acha que o tempo está “razoável e apertado”. Como uma das empresas que mais têm caçambas nas ruas, conforme reconhecido por ele, apesar de não ter retirado todas ainda, ele garante que faltam apenas 30, levando em conta as 130 pertencentes a eles. Questionado sobre os gastos que isso promoveu à Trans Caçamba, ele considera que sairá dos cofres do estabelecimento algo em torno de R$ 8 mil a R$ 10 mil.

E por falar em números e pagamento, a Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento), que realiza a aferição das caçambas, foi procurada para apontar quantas toneladas de lixo já foram recepcionadas no aterro, contudo, a empresa alegou que os dados são repassados à Prefeitura. Por sua vez, por meio da Secom (Secretaria Municipal de comunicação), o Executivo disse que “quanto ao volume já depositado no local, ainda não há esse levantamento disponível”, assim como o valor movimentado para os cofres públicos.

Sobre o novo prazo, previsto para o final da semana que vem, a municipalidade lembra que a alteração se fez necessária, pois “houve neste período pelo menos quatro dias chuvosos, que inviabilizam o acesso ao aterro por parte dos caçambeiros, o que colocaria em risco a segurança dos próprios operadores dos caminhões”.

Em nome dos caçambeiros, o diretor comercial da Cooperen, Alexandre Salomão, considera que, pelo que consta, a maioria das empresas conseguiu cumprir o prazo imposto. “Levando em conta os estabelecimentos que mais possuíam caçambas nas ruas, seria necessário de três a quatro dias para recolher os materiais”, pontua. Sem saber mensurar valores, ele lembra que a ação também promoveu um aumento na procura pela cooperativa, uma vez que o custo para depósito no local é cerca de 50% mais barato do que se fosse descarregar no aterro.

 

Preocupação

Agora que o processo de retirada dos compartimentos está sendo finalizado, a preocupação, por parte das empresas fica a respeito do descarte correto dos contratantes e da população como um todo. Tanto Maurício quanto Rodolfo e Marcelo lembram que cabe às pessoas se conscientizarem e não misturarem os materiais na caçamba.

“Nosso papel a gente faz, orienta e lembra que se o aluguel é destinado aos resíduos da construção civil, sendo assim, não deve ter objetos misturados. Nós chegamos a ter casos em que tinha uma geladeira embaixo do RCD”, frisa Marcelo. Eles lembram que a população deve saber que “caçamba não é um lixo ambulante”.

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