Região é destaque na produção do bicho-da-seda

Conforme IEA, Prudente ocupa o segundo lugar no ranking dos principais municípios paulistas produtores de casulos de seda, com 58 hectares de amoreiras plantadas

REGIÃO - WEVERSON NASCIMENTO

Data 08/09/2019
Horário 04:01
Marco Vinicius Ropelli - No período de safra, trabalho é constante, pois além do cuidado com as amoreiras, a produção do casulo requer um minucioso manuseio
Marco Vinicius Ropelli - No período de safra, trabalho é constante, pois além do cuidado com as amoreiras, a produção do casulo requer um minucioso manuseio

Mesmo pouco praticada, a produção de bicho-da-seda é considerada uma importante atividade econômica para pequenos e médios produtores rurais paulistas. De acordo com levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, divulgado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), a cidade de Presidente Prudente ocupa o segundo lugar no ranking dos principais municípios paulistas produtores de casulos de seda, com 58 hectares de amoreiras plantadas (usadas para alimentação dos bichos-da-seda), área onde foram produzidos 23 mil quilos de casulos, o que gerou um VPA (Valor da Produção Agropecuária) de R$ 449 mil, em 2018.

A sericicultura não está presente somente em Prudente, mas em outros municípios da região. É o caso de Mirante do Paranapanema, que abriga 40 produtores. Um deles é a Angelina do Nascimento Antunes, 50 anos, que se dedica à atividade ao lado do marido Luiz Antônio Antunes, há pouco mais de dois anos. Por vez, a produção do casal que veio de Adamantina para o Assentamento Arco-íris, em Mirante, é equivale a 120 kg da seda/safra, popularmente conhecido como tirada, a qual custa, em média, R$ 22 o quilo da matéria-prima.

No período de safra, o trabalho é constante, pois além do cuidado com as amoreiras, a produção do casulo requer um minucioso manuseio. "É uma produção muito delicada. Dentro do barracão onde o bicho produz a seda, não podemos entrar com qualquer roupa, além da espécie ser sensível a cheiros e impurezas".

A produção durante a tirada é diária. Isso porque um caixa de larvas de 100 gramas é capaz de produzir por 28 dias, salvando os dias de produção e "descanso" do bicho-da-seda, como relata Angelina. "Em média, a larva se alimenta de três em três horas da folha da amora. Então, colhemos os galhos pela manhã e guardamos em um espaço no barracão para mantermos sempre fresquinhas. E, assim, o dia corre, pois vamos descansar só por volta da meia-noite".

Na propriedade do casal, a estrutura das amoreiras equivale a dois hectares plantados, o que produziria até 180 kg da seda. “Eu gosto deste tipo de produção, além de ser o sustento da nossa família, é um trabalho cuidadoso a qual nos dedicamos completamente, mas é uma satisfação”. No entanto, a próxima safra já está prevista para iniciar no dia 10 de setembro, mas depende de condições climáticas e chuvas, para que melhorem as amoreiras e, consequentemente, a produção do casulo da seda.

Em décadas

No sítio do produtor Pedro Pereira da Silva, a produção já soma duas décadas e, atualmente, gira em torno de oito tiradas/ano de cinco caixas de 60 kg do casulo. Para o escoamento da matéria-prima final, os produtores contam com a indústria Fiação de Seda Bratac, que tem uma filial em Bastos (SP). A produção brasileira de fios de seda é voltada para a exportação, assim como a da China, principal exportadora de fio de seda do mundo. Normalmente, esse produto tem como destino países da Ásia e da Europa, sendo o Japão e a Itália os principais importadores de fio de seda, para a confecção de tecidos leves utilizados por grifes e trajes formais, conforme informou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

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