Região tem 4ª maior área para corte de cana

No total, são 534.098 hectares, referentes à safra 2017/2018; consequentemente, a produção é a sexta maior do Estado

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 12/05/2018
Horário 10:48
Arquivo - Produção deve fechar com menos 234.976 t na safra 2017/2018
Arquivo - Produção deve fechar com menos 234.976 t na safra 2017/2018

Na história da agropecuária regional da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, cuja sede é em Presidente Prudente, a produção da cana-de-açúcar se consolidou, pouco a pouco, como o principal produto da agricultura local. Certo é que isso tem se mantido e até mesmo melhorado, uma vez que, conforme estimativa da safra 2017/2018, disponibilizada pelo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), a região tem a quarta maior área para corte dentro do Estado. São 534.098 hectares no total. Consequentemente, a produção da cana acaba sendo a sexta maior, também dentro do Estado, uma vez que a previsão é de 39.503.800 toneladas (veja tabela).

O que não pode deixar de ser dito são dois pontos: primeiro, na safra de 2016/2017, o ranking da região era o mesmo, tanto para área de corte quanto para produção da cana-de-açúcar. No entanto, pensando nos dois últimos períodos, isso é, a safra de 2015/2016, a região melhorou, ao subir um degrau. Na época, o entorno tinha a quinta maior área de São Paulo. Contudo, por um lado melhorias, no outro também tem quedas, já que na safra anterior os números eram maiores, como também pode ser visto na tabela.

No olhar de quem entende do negócio, essa queda não é tão acentuada assim. O diretor-técnico do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Dracena, um dos três que compõem a 10ª RA, Luís Alberto Pelozo, vê que a variação de um ano para o outro é “muito pequena”. Ele entende que a produção regional está estabilizada e, de dois anos para cá, essa baixa tem sido mínima.

No que diz respeito a ser uma região forte em produzir, Luiz não deixa de citar que a região possui lavouras tradicionais. “É realmente uma das maiores. Na medida em que a plantação de café foi abaixando, além da degradação ambiental, uma das saídas foi repassar essas áreas para indústrias”, completa. No entanto, prevê que chegou num ponto em que não tem muito o que aumentar, em vista do tamanho da área existente no entorno.

Marco Aurélio Fernandes, diretor-técnico do EDR de Prudente, complementa a fala de Luiz, ao lembrar que hoje as principais cadeias de produção estão nas mãos das usinas. “Em função disso, é notável que a estabilidade da produção também depende da estabilidade das empresas”, argumenta. Mas ele garante que trabalhar com a cana é uma das melhores escolhas, por ela ter um ciclo maior de safra, que vai de oito a dez meses e não como outras produções, como o milho, por exemplo.

Por fim, Marco lembra que a produção em questão se tornou forte no oeste, por ter terras mais baratas para comparar e fazer arrendamento, na história antiga. “Hoje é sim uma das principais cadeias. A cana trouxe e tem uma importância grande para a região, pois gerou renda e emprega muita gente, mesmo com a crise”, finaliza.

 

Forragem

Se analisado separadamente, a cana-de-açúcar destinada à forragem, que é a alimentação animal, faz com que a região seja a primeira do Estado, no quesito área de corte, e a segunda melhor em produção, perdendo apenas para a região de São José do Rio Preto (SP). Em Prudente, a estimativa dessa safra é de 12.363 hectares e 583.832 toneladas produzidas.

 

A medida em que a plantação de café foi abaixando, além da degradação ambiental, uma das saídas foi repassar essas áreas para indústrias”

Luiz Alberto Pelozo,

diretor-técnico

 

RA Área (hectares)

Total Estimativa

2017/2018

Total Estimativa

2016/2017

Produção (toneladas)

Total Estimativa

2017/2018

Total Estimativa

2016/2017

Cana para

indústria

Cana para

forragem

Cana para

indústria

Cana para

forragem

Araçatuba 629.168 5.076 634.244 639.320 46.864.495 327.932 47.192.427 47.520.359
Barretos 436.769 1.195 437.964 439.159 34.658.463 68.825 34.727.288 34.796.113
Bauru 474.617 7.345 481.962 489.307 37.643.728 490.107 38.133.835 38.623.942
Campinas 525.440 10.266 535.706 545.972 42.535.032 592.662 43.127.694 43.720.356
Central 483.035 3.400 486.435 489.835 39.268.850 201.850 39.470.700 39.672.550
Franca 492.356 1.319 493.675 494.994 41.598.041 89.110 41.687.151 41.776.261
Itapeva 34.643 2.285 36.928 39.213 2.590.920 156.500 2.747.420 2.903.920
Marília 423.990 3.544 427.534 431.078 33.366.539 207.442 33.573.981 33.781.423
Presidente Prudente 521.735 12.363 534.098 546.461 38.919.968 583.832 39.503.800 40.087.632
Registro 69 85 154 239 2.026 3.600 5.626 9.226
Ribeirão Preto 500.204 3.181 503.385 506.566 39.657.057 195.599 39.852.656 40.048.255
Santos 8 31 39 70 240 1.136 1.376 2.512
São José do Rio Preto 901.060 11.212 912.272 923.484 74.153.628 679.575 74.833.203 75.512.778
São José dos Campos 2.014 4.510 6.524 11.034 195.670 323.270 518.940 842.210
São Paulo 20 286 306 592 1.000 13.035 14.035 27.070
Sorocaba 220.128 5.410 225.538 230.948 18.011.278 296.165 18.307.443 18.603.608

 Fonte: IEA/Cati

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