Na história da agropecuária regional da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, cuja sede é em Presidente Prudente, a produção da cana-de-açúcar se consolidou, pouco a pouco, como o principal produto da agricultura local. Certo é que isso tem se mantido e até mesmo melhorado, uma vez que, conforme estimativa da safra 2017/2018, disponibilizada pelo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), a região tem a quarta maior área para corte dentro do Estado. São 534.098 hectares no total. Consequentemente, a produção da cana acaba sendo a sexta maior, também dentro do Estado, uma vez que a previsão é de 39.503.800 toneladas (veja tabela).
O que não pode deixar de ser dito são dois pontos: primeiro, na safra de 2016/2017, o ranking da região era o mesmo, tanto para área de corte quanto para produção da cana-de-açúcar. No entanto, pensando nos dois últimos períodos, isso é, a safra de 2015/2016, a região melhorou, ao subir um degrau. Na época, o entorno tinha a quinta maior área de São Paulo. Contudo, por um lado melhorias, no outro também tem quedas, já que na safra anterior os números eram maiores, como também pode ser visto na tabela.
No olhar de quem entende do negócio, essa queda não é tão acentuada assim. O diretor-técnico do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Dracena, um dos três que compõem a 10ª RA, Luís Alberto Pelozo, vê que a variação de um ano para o outro é “muito pequena”. Ele entende que a produção regional está estabilizada e, de dois anos para cá, essa baixa tem sido mínima.
No que diz respeito a ser uma região forte em produzir, Luiz não deixa de citar que a região possui lavouras tradicionais. “É realmente uma das maiores. Na medida em que a plantação de café foi abaixando, além da degradação ambiental, uma das saídas foi repassar essas áreas para indústrias”, completa. No entanto, prevê que chegou num ponto em que não tem muito o que aumentar, em vista do tamanho da área existente no entorno.
Marco Aurélio Fernandes, diretor-técnico do EDR de Prudente, complementa a fala de Luiz, ao lembrar que hoje as principais cadeias de produção estão nas mãos das usinas. “Em função disso, é notável que a estabilidade da produção também depende da estabilidade das empresas”, argumenta. Mas ele garante que trabalhar com a cana é uma das melhores escolhas, por ela ter um ciclo maior de safra, que vai de oito a dez meses e não como outras produções, como o milho, por exemplo.
Por fim, Marco lembra que a produção em questão se tornou forte no oeste, por ter terras mais baratas para comparar e fazer arrendamento, na história antiga. “Hoje é sim uma das principais cadeias. A cana trouxe e tem uma importância grande para a região, pois gerou renda e emprega muita gente, mesmo com a crise”, finaliza.
Forragem
Se analisado separadamente, a cana-de-açúcar destinada à forragem, que é a alimentação animal, faz com que a região seja a primeira do Estado, no quesito área de corte, e a segunda melhor em produção, perdendo apenas para a região de São José do Rio Preto (SP). Em Prudente, a estimativa dessa safra é de 12.363 hectares e 583.832 toneladas produzidas.
“A medida em que a plantação de café foi abaixando, além da degradação ambiental, uma das saídas foi repassar essas áreas para indústrias”
Luiz Alberto Pelozo,
diretor-técnico
RA | Área (hectares) |
Total Estimativa 2017/2018 |
Total Estimativa 2016/2017 |
Produção (toneladas) |
Total Estimativa 2017/2018 |
Total Estimativa 2016/2017 |
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Cana para indústria |
Cana para forragem |
Cana para indústria |
Cana para forragem |
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Araçatuba | 629.168 | 5.076 | 634.244 | 639.320 | 46.864.495 | 327.932 | 47.192.427 | 47.520.359 |
Barretos | 436.769 | 1.195 | 437.964 | 439.159 | 34.658.463 | 68.825 | 34.727.288 | 34.796.113 |
Bauru | 474.617 | 7.345 | 481.962 | 489.307 | 37.643.728 | 490.107 | 38.133.835 | 38.623.942 |
Campinas | 525.440 | 10.266 | 535.706 | 545.972 | 42.535.032 | 592.662 | 43.127.694 | 43.720.356 |
Central | 483.035 | 3.400 | 486.435 | 489.835 | 39.268.850 | 201.850 | 39.470.700 | 39.672.550 |
Franca | 492.356 | 1.319 | 493.675 | 494.994 | 41.598.041 | 89.110 | 41.687.151 | 41.776.261 |
Itapeva | 34.643 | 2.285 | 36.928 | 39.213 | 2.590.920 | 156.500 | 2.747.420 | 2.903.920 |
Marília | 423.990 | 3.544 | 427.534 | 431.078 | 33.366.539 | 207.442 | 33.573.981 | 33.781.423 |
Presidente Prudente | 521.735 | 12.363 | 534.098 | 546.461 | 38.919.968 | 583.832 | 39.503.800 | 40.087.632 |
Registro | 69 | 85 | 154 | 239 | 2.026 | 3.600 | 5.626 | 9.226 |
Ribeirão Preto | 500.204 | 3.181 | 503.385 | 506.566 | 39.657.057 | 195.599 | 39.852.656 | 40.048.255 |
Santos | 8 | 31 | 39 | 70 | 240 | 1.136 | 1.376 | 2.512 |
São José do Rio Preto | 901.060 | 11.212 | 912.272 | 923.484 | 74.153.628 | 679.575 | 74.833.203 | 75.512.778 |
São José dos Campos | 2.014 | 4.510 | 6.524 | 11.034 | 195.670 | 323.270 | 518.940 | 842.210 |
São Paulo | 20 | 286 | 306 | 592 | 1.000 | 13.035 | 14.035 | 27.070 |
Sorocaba | 220.128 | 5.410 | 225.538 | 230.948 | 18.011.278 | 296.165 | 18.307.443 | 18.603.608 |
Fonte: IEA/Cati