Relação entre contenção de despesas e investimentos deve ser equilibrada

EDITORIAL -

Data 20/02/2019
Horário 06:11

A Prefeitura de Presidente Prudente tem tomado diversas iniciativas para a contenção de despesas e enxugamento da máquina pública desde o início deste ano, as quais envolvem o corte de cargos comissionados, redução do valor de contratos em 20%, a “privatização” do pátio municipal e a mudança no horário de atendimento de unidades de saúde (que só foi revogada após a Câmara decidir “arcar” com o custo da manutenção).

No entanto, concomitantemente a essas medidas de diminuição dos gastos o Executivo também tem apresentado “ousados” projetos de investimento, buscando alavancar a economia local. Tais anúncios passam pela chegada de empresas privadas ao município (do setor de construção civil, por exemplo), de obras milionárias para o fim dos alagamentos no Parque do Povo e da isenção de taxas e tributos para empresas de tecnologia sediadas em Prudente.

É louvável constatar que o Poder Executivo está “movimentando” o erário para tentar trazer desenvolvimento ao município e à região que amargam uma falta de indústrias, empresas e geração de emprego, mesmo gerando mão de obra qualificada por meio das universidades e demais instituições de ensino sediadas na cidade. No entanto, cada uma dessas propostas deve ser analisada e acompanhada com muita calma pela população e pela vereança, que consiste na representação do povo para a fiscalização e cobrança de atitudes da Prefeitura.

Deve-se pesar bastante na ponta do lápis quais dessas ações trará um benefício maior à população e que não seja apenas a curto e médio prazo, e ouvir os munícipes para compreender o que é prioridade e traz impacto direto em suas vidas, no dia a dia. Será que compensa conceder isenções para empresas de um setor que gera pouquíssima mão de obra e como “pagamento” reduzir o horário de atendimento em unidades de saúde que prestam serviços essenciais?

O Governo Federal deixou um exemplo de ações que deram errado na última gestão da Dilma Roussef (PT) na qual a agenda adotada atende a diversas demandas da indústria, bem como do empresariado, também promovendo isenções e infelizmente não se refletiu em um retorno do “pleno emprego” ao país. A própria reforma trabalhista do Michel Temer (PMDB) retirou garantis e direitos e não resultou em uma diminuição significativa do desemprego no país. É importante olhar para esses exemplos no âmbito macroeconômico para avaliar exatamente o que podemos ter como resultados das ações em nível local, para então com base nesse conhecimento empírico avaliar exatamente quais são as prioridades. Equilíbrio é indispensável nesse processo.

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