Com as férias escolares chegando, o fluxo de veículos nas estradas brasileiras aumenta expressivamente, pois as pessoas, geralmente, se programam e aproveitam para curtir o período com seus filhos em outras localidades como praias, resorts ou para visitar familiares em outras cidades. Contudo, para que tudo transcorra bem e sem surpresas desagradáveis durante a viagem, os condutores devem se atentar aos cuidados básicos que promovem segurança em seus veículos antes de colocar o pé na estrada. De acordo com o mecânico e proprietário da WF Injet Car, Willian Felipe Barbato, de 40 anos, nesse período normalmente é registrado um movimento até 10% maior que o habitual, em revisão de automóveis.
Atento ao fluxo, Renato Gouvea, pedagogo da Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), enfatiza que não só nas férias, mas sempre que possível, o ideal para a pessoa que vai pegar a estrada é que faça a revisão preventiva, para verificar se está tudo certo com motor, óleo, água de refrigeração, luzes, sistema de freios, etc.
Segundo ele, a frequência considerada ideal é que esse procedimento seja feito em pelo menos de seis em seis meses. Mas, quem dirá quais os procedimentos necessários a serem feitos com precisão será sempre um profissional de mecânica, elétrica, borracharia.
“Pneus e o sistema de iluminação são os itens de maior incidência de irregularidades em um veículo e que podem gerar multas e infrações de trânsito. Em relação a alguns itens internos de segurança, como kit de ferramentas, primeiros-socorros, extintor de incêndio, de nada adianta tê-los como enfeite. É interessante que o condutor saiba utilizá-los. Que ele tenha noções básicas de suas funções para o bom uso e eficácia dos mesmos. Dessa forma sim poderá significar maior segurança ao motorista e demais passageiros”, salienta Renato.
Pai de dois pequenos, o contador Diego Augusto Moreira Franchini, de 31 anos, não vai viajar nessas férias, mas independente disso ele enfatiza que a prevenção e o cuidado ainda são os melhores remédios. “Pode parecer bobagem, mas a falta de conhecimento de como funcionam itens básicos muitas vezes pode resultar de pequenos a grandes problemas. A causa de muitos acidentes está relacionada ao descuido com o veículo. Deixar a desculpa da falta de tempo e fazer uma revisão periódica pode evitar muitos transtornos, acidentes e até mortes”, acentua Diego.
Doutor de carros
O mecânico Willian dá detalhes da importância de se fazer a revisão do automóvel não apenas nas férias, mas periodicamente. Perguntado a ele quais os problemas mais comuns encontrados nos veículos, o que deve ser checado durante o procedimento, ele diz que geralmente os clientes chegam para fazer a revisão do sistema de luzes. Mas o procedimento adequado envolve muito mais que esse tipo de verificação. Na verdade, segundo Willian, a revisão não é apenas para o período de férias, ela sendo bem feita dará ao proprietário do veículo um período de mais ou menos um ano de certa tranquilidade e segurança.
O funcionário público estadual Cristiano Cesar Batista, de 40 anos, que é prudentino, mas mora em Avaré (SP) e está na cidade de férias, concorda com o mecânico. “Hoje como venho menos à Prudente faço revisão completa exatamente no meu período de recesso do trabalho. Ou seja, uma vez por ano. Inclusive, acabei de trocar os pneus para retornar para casa. Além da viagem de férias, diariamente viajo 70 quilômetros até o trabalho. O carro precisa estar 100%”, expõe Cristiano.
Entre os itens que precisam ser verificados no carro para uma viagem tranquila estão: troca de correria dentada, correia de acessórios, direção hidráulica, freios, calibragem correta dos pneus, revisão periódica de troca de óleo. “Outra coisa importante é fazer uma revisão no sistema de refrigeração, arrefecimento e ar condicionado do carro porque ele é um item de conforto, mas que também envolve segurança aos integrantes, pois veja bem, uma viagem de longa distância com crianças, por exemplo, se o filtro do ar estiver obstruído, com muita sujeira, com a umidade cria ácaros, bactérias nocivas à saúde”, explica o mecânico.
Interessante
A correia dentada, por exemplo, hoje tem validade por quilometragem, especificada pelo fabricante que varia de carro para carro entre parênteses no próprio manual do veículo que diz: “de acordo com a forma de condução do veículo”. O que de acordo com o mecânico, quer dizer que se o carro é muito exigido na cidade ele tem possibilidade de desgastar mais rapidamente essa correia. Peça importantíssima para o motor, pois é ela que faz o sincronismo da parte de baixo com a de cima do motor. Quebrando-a, esse sincronismo é perdido podendo gerar um problema mais sério.
“Por exemplo, se em uma troca de correia dentada o cliente vai gastar em torno de R$ 320, se uma correia dessa quebrar pode danificar vários componentes internos do motor passando de R$ 2 mil. Não é um procedimento barato, o carro precisa ficar de dois a três dias na oficina, envolve, conforme a gravidade, uma retifica só de cabeçote ou inteira. Ou seja, melhor fazer a revisão periodicamente e observar a correta quilometragem de substituição do veículo que é estabelecida no manual do mesmo. Isso certamente significa economia para o bolso”, explica o profissional.
