Saúde municipal esclarece transferências de pacientes

Secretário diz que encaminhamento pode levar 24h e que a falta de leitos ou ultrapassagem do prazo depende do fluxo dos hospitais

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 15/08/2018
Horário 07:11
Arquivo - Idoso que morreu domingo foi atendido na UPA do Ana Jacinta
Arquivo - Idoso que morreu domingo foi atendido na UPA do Ana Jacinta

Após a morte de um idoso de 63 anos no domingo, quando ele aguardava pela disponibilidade de vagas em algum hospital de Presidente Prudente, muito tem se falado sobre “filas de espera” e a alta demanda em face da baixa disponibilidade de leitos nas unidades de saúde. Ontem, a O Imparcial, o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, informou que diariamente recebe um relatório de pacientes que aguardam pela transferência aos hospitais, sendo que o procedimento pode levar até 24 horas, o que normalmente ocorre. “Não é comum termos casos que esperam além desse prazo, mas, quando ocorrem, eles, sem dúvidas, prejudicam, por exemplo, os atendimentos nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]”.

O idoso em questão e que levantou um alerta no município, como noticiado por este diário, se chamava João Batista e havia dado entrada na UPA do Conjunto Habitacional Ana Jacinta entre o fim da madrugada e o início da manhã de sábado, caso que foi diagnosticado como “grave”, o que demandaria atendimento junto ao HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo ou pela Santa Casa de Misericórdia, o que não ocorreu. Na ocasião, o secretário de Saúde informou que as equipes haviam feito tudo o que estava ao alcance, mas que não foi o suficiente, já que, antes de completar 24 horas de espera pela vaga, ele faleceu, por volta das 2h de domingo.  

“Este foi um falecimento que chamou a atenção, lamentamos muito, mas o caso dele não foi pela demora, já que ele ficou menos de 24 horas aguardando por uma vaga, mas sim pela gravidade do seu estado de saúde, que, ainda assim, demandava uma vaga o quanto antes”, ressalta Valmir. Sobre o sistema que fornece tais dados, o secretário diz que, a exemplo, recebeu na manhã de ontem, às 9h, o relatório de que quatro pessoas aguardavam nas UPAs por uma vaga em hospitais, mas que nenhuma delas estava há mais de 24 horas, o que é comum de ocorrer.

“Hoje [ontem] não tenho o que reclamar em relação à demora de vagas, pois não é o caso, já que, possivelmente até amanhã [hoje] todos serão encaminhados. A falta de vagas não é algo comum, ocorre às vezes e isso depende do fluxo dos hospitais”, esclarece Valmir. Por fim, o secretário informa que, nestes casos de demora, o atendimento nas unidades municipais de saúde é prejudicado, pois uma equipe é direcionada a atender os casos considerados graves, o que faz com que os demais atendimentos sejam, por exemplo, atrasados e acumulados.

Esclarecimentos

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, o Cross (Centro de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) é um sistema online que funciona 24 horas por dia, e a partir das solicitações dos hospitais de origem busca vagas disponíveis em unidades da região, mesmo que não sejam estaduais. “A central atua em conformidade com as diretrizes do SUS [Sistema Único de Saúde], com base em critérios clínicos, priorizando os casos mais graves e urgentes desde que os pacientes tenham condições de transferência, como estabilidade clínica e ausência de infecções”.

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