Secretaria de Saúde alerta sobre vacinação contra febre amarela

Doses gratuitas são ofertadas em postos de vacinação e devem ser tomadas dez dias antes de viagens; Estado também ampliou a área de recomendação da vacina para todo o território paulista

REGIÃO - Da Redação

Data 19/06/2018
Horário 06:00
Arquivo - Desde segunda-feira, moradores das 645 cidades podem ser imunizados com as doses da vacina
Arquivo - Desde segunda-feira, moradores das 645 cidades podem ser imunizados com as doses da vacina

Com a chegada das férias, a Secretaria de Estado da Saúde reforça o alerta para que os paulistas ainda não imunizados se vacinem contra a febre amarela, previamente a viagens programadas para o período. A vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência para garantir proteção efetiva. Ainda com objetivo de aumentar a proteção da população contra a doença, a Secretaria decidiu ampliar e intensificar a vacinação contra febre amarela em todo o território paulista. Desde segunda-feira (18), moradores das 645 cidades podem ser imunizados.

A finalidade é aumentar a cobertura vacinal para garantir a proteção de toda a população contra a doença. Justamente por isso, a Secretaria estendeu a imunização para 190 cidades que até então não estavam no mapa de recomendação da vacina. Nesses locais, inicialmente estarão disponíveis as doses fracionadas da vacina.

Essas novas cidades estão situadas em regiões Grande ABC, Vale do Paraíba, Baixada Santista, entre outras, e incluem os 54 municípios participantes da campanha realizada em janeiro deste ano. Especificamente nesses municípios, foram vacinadas cerca de 5,6 milhões de pessoas, sendo aproximadamente 95% com a dose fracionada da vacina. Ainda é fundamental ampliar a cobertura vacinal nesses locais, que até o momento, atingiu apenas 60,2% da população-alvo.

A pasta também está mobilizando as 455 cidades que já tinham recomendação da vacina para intensificar as ações de imunização, com uso da dose integral da vacina. Nesses locais, a cobertura vacinal é de aproximadamente 80%.

Somente em 2018, já foram vacinadas contra febre amarela 7,5 milhões de pessoas. O número ultrapassa a marca da vacinação no decorrer de 2017, quando 7,4 milhões de doses foram aplicadas, e é também superior à vacinação na década anterior – 7 milhões de pessoas foram imunizadas entre 2006 e 2016. Todas as regiões estão abastecidas para distribuição de doses nos postos de vacinação. Desde 2017, até o momento, 23 milhões de doses foram espalhadas por todo o território paulista, sendo 55% desse total somente nos cinco primeiros meses deste ano.

Indicações da vacina

A partir da campanha, o SUS (Sistema Único de Saúde) passou a disponibilizar neste ano a dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública pode ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 ml da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As carteiras de vacinação recebem um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada.

Além disso, está mantido o uso da dose padrão para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco. Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.

Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.

Balanços

Embora a proporção de semanal de casos e óbitos humanos apresente queda, nos últimos meses, em comparação ao período de auge da doença – no início deste ano –, os dados de epizootias (morte ou adoecimento de macacos) evidenciam que o vírus continua circulando no território. De janeiro de 2017, até 15 de junho, houve 561 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 214 deles evoluíram para óbitos. Desse total, 31,5% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã e 10,2% em Atibaia. Essas duas cidades respondem por 42% dos casos de febre amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde 2017.

Especificamente no último mês – entre 14 de maio e 15 de junho –, foram registrados 36 casos e 19 óbitos, o que indica uma queda de aproximadamente 75% na média mensal de casos novos verificada entre janeiro e março, e de mais de 60% com relação ao número de óbitos. Para efeito comparativo, o intervalo com maior aumento foi constatado no boletim de 16 de março, quando os boletins indicavam 159 novos casos e 59 óbitos a mais em comparação ao boletim de 14 de fevereiro. Com relação às epizootias, de julho de 2017, até o momento, foram confirmados 760 casos envolvendo macacos. A região com maior concentração é a Grande São Paulo, com 47% dos casos, seguida por Campinas, com 33%.

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