Transcorridos os quatro dias de folia, os supermercados de Presidente Prudente não só abastecem o seu estoque com os pescados típicos da quaresma, como também se preparam para a chegada de um período que eleva o faturamento do setor: a Páscoa. Conforme manda a tradição, as lojas devem iniciar nos próximos dias a montagem das parreiras dos ovos de chocolate, que atraem os olhos de clientes de todas as idades. Embora representantes do segmento apontem a progressiva queda na comercialização do produto, sua presença segue indispensável nos corredores dos estabelecimentos, já que, para muitos consumidores, a exposição dos ovos é o prenúncio de que a Páscoa está próxima.
Com relação aos preços, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) prevê crescimento real de 6% em todo o Estado, justificado pelo “maior nível de emprego atual e porque os valores dos doces chegarão mais estáveis”. A entidade completa que, no ano passado, os doces fecharam os preços com queda de 7% e os chocolates tiveram baixa de 13,5%.
O diretor comercial dos supermercados Nagai, Pedro Henrique Nicolucci, informa que o departamento de compras já fez a aquisição do seu estoque, o qual estava previsto para ser entregue a partir de ontem. Assim que houver a distribuição, o objetivo é iniciar de pronto a promoção das vendas, que, a princípio, são baixas se consideradas aos últimos 15 dias que antecedem o feriado. Ele explica que, inicialmente, a busca maior parte das mães que não querem correr o risco de deixar a compra para a última hora e, posteriormente, não encontrar o rótulo que o filho tanto deseja. “Já os demais deixam para a última hora porque não querem gastar antes ou porque têm a expectativa de haver alguma promoção nos últimos dias”, comenta.
A expectativa, no entanto, é que as vendas cresçam em torno de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. O representante observa queda na comercialização dos ovos, mas defende que eles nunca perderão a clientela, em função de sua simbologia. “Embora as barras de chocolate e as caixas de bombom sejam muito vendidas, o ovo continua sendo visado pelos namorados e pelos pais que vão presentear os filhos. Até porque dificilmente uma criança vai aceitar ganhar uma caixa ao invés do ovo de Páscoa, por exemplo”, expõe. Já os demais tipos de chocolate acabam sendo muito procurados por aqueles que desejam prestar uma lembrança aos amigos ou por empresários que queiram gratificar seus funcionários.
Já o gerente do Supermercado Avenida, Eneias da Silva Rocha, espera que a movimentação comece a aquecer a partir do dia 20, quando a loja estará devidamente decorada para esta época do ano. Apesar de também enfatizar que “o brasileiro costuma deixar as compras para a última hora”, ele argumenta que este primeiro consumo é importante para o estabelecimento. O comerciante também acredita que houve uma diminuição gradual na aquisição dos ovos de páscoa, mas a procura resiste, uma vez que os outros tipos de chocolate estão constantemente nas prateleiras, enquanto o ovo da Páscoa é um produto sazonal. “Assim, muitos optam por manter a tradição”, considera.
Quanto aos reajustes, Eneias denota que ainda não chegou a analisar a tabela de preços, mas a projeção é que continuem iguais aos do ano passado – o que é uma expectativa compatível com a da Apas – ou sofram uma leve elevação. “Isso porque, ainda que a economia tenha se estabilizado, a situação não está 100%. As indústrias também não podem forçar valores altos, pois elas próprias sairiam no prejuízo”, avalia.
