Antes da abertura do Inter-Parti 2018, professores das escolas particulares de Presidente Prudente e representantes da Liga de Handebol tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a modalidade e história do atual técnico da seleção brasileira infantil feminina de handebol. Consagrado no esporte, Daniel Suarez, Cubano, tem em seu currículo cinco Mundiais disputados e três ouros nos Jogos Pan-Americanos com a camisa de Cuba. No Brasil desde 1996, o treinador atuou por oito anos no Metodista/ São Bernardo, antes de se tornar, também, supervisor técnico do Centro Olímpico de São Paulo.
Para início de conversa, Cubano, que é um nome que tem ajudado a evolução do handebol em solo brasileiro, afirma que antes de tudo, “o Brasil sempre foi visto com bons olhos fora do país”. “Em Cuba, víamos o Brasil como uma potência no handebol já nos anos 1990. Era questão de tempo até os resultados aparecerem. Só que, na época, nós tínhamos intercâmbio com os países socialistas, o que fazia a diferença, pois nos ajudava bastante na melhora do desempenho físico, técnico e tático”, conta.
Mas, segundo ele, por conta da crise econômica em que seu país ainda passa, os atletas brasileiros superaram qualquer diferença que tinham. “A partir dos anos 2000 a história mudou. O Brasil vem desempenhando um papel importante no continente junto com a Argentina, enquanto Cuba entrou em uma crise econômica e estacionou”, explica.
Porém, para se construir novos atletas e continuar a evolução, é preciso a aplicação do esporte para as crianças. E isso nem sempre é fácil, já que ainda não se trata de uma paixão nacional, como o futebol. Mas mesmo assim, o papel do professor nesse quesito é essencial, e aí entra o principal objetivo do workshop, agregar conhecimento aos educadores da região. “O professor tem que se condicionar a executar o trabalho de maneira diversificada. Crie e potencialize os trabalhos com aquilo que você tem”, enfatiza.
Para ele, o profissional tem que ser capaz de proporcionar um trabalho bom e adequado, mesmo que as adversidades sejam grandes em relação aos grandes clubes. “Se você tem uma quadra pequena, um espaço pequeno, se tem pouco material, tem pouco recurso, você se adapta a isso. Dando o mesmo volume e intensidade de treino comparado a qualquer outro clube que esteja numa situação melhor”, enfatiza.
Objetivos superados
Para um dos organizadores do evento, Péricles Junior, a intenção do workshop foi superada. “Foi muito bom em relação a trazer conhecimentos para os professores, agregar valor e ideias novas que fortaleçam o trabalho da iniciação esportiva do handebol. Para o conhecimento dos professores que participam das escolas e do Inter-Parti e, também, para os professores que vieram e participam da Liga de Handebol que”, afirma.
Sobre o palestrante do dia, Péricles não poupou elogios. “É um cara extremamente profissional, muito gabaritado, de muito conhecimento, e isso pra nós é muito gratificante. Poder trazer um profissional com esse gabarito para trazer conhecimentos para a nossa região”, destaca. A primeira etapa do Inter-Parti teve abertura oficial na noite de ontem, a partir das 19h30, no Ginásio Municipal Watal Ishibashi, em Prudente, e segue com competições de vôlei e handebol até o dia 6 de junho.