UPA da zona norte está ameaçada por situação orçamentária de PP

EDITORIAL -

Data 27/01/2018
Horário 12:56

Uma preocupante e amedrontadora informação foi lançada na manhã de ontem, passando despercebida por muitos – mas não, por este diário. O funcionamento da esperada UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na zona norte da cidade está ameaçada diante da situação orçamentária da Prefeitura de Presidente Prudente, a qual fechou o ano de 2017 com um déficit de R$ 6 milhões.

Como noticiado por esse diário, por diversas vezes desde o fechamento do Pronto Socorro do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, a UPA do Conjunto Habitacional Ana Jacinta se tornou alvo de reclamações de moradores, principalmente por conta da demora do atendimento no local, que recebe hoje todo o fluxo de pacientes que se dirigiam anteriormente à unidade hospitalar. Com isso, a UPA sofre com o mesmíssimo problema que levou ao fechamento do PS: a centralização da população em apenas um local, sobrecarregando-o.

Claro que o principal motivo para isso é a falta de informação e conscientização dos prudentinos sobre quais serviços são prestados em quais unidades, bem como a falta de vontade de muitos funcionários públicos em elucidar isso de uma forma acessível. Porém, ainda assim, possuir apenas uma unidade para atendimento 24 horas de mais de 200 mil habitantes não é coerente. Saúde é uma das áreas prioritárias para todos os entes federado, exigindo os maiores investimentos e atenção. A qualidade de vida, a dignidade e a sensação de pertencimento de cada individuo dentro da sociedade está diretamente relacionada a esse segmento. Diante disso, saber que existe uma possibilidade de uma construção que está praticamente pronta para entrar em funcionamento, e com equipamentos já licitados, gera muito receio.

É preciso repensar a divisão do bolo tributário entre os entes federados do custeio do SUS (Sistema Único de Saúde) de modo que o cidadão não seja afetado por uma divisão mal pensada e pela falta de atualização da tabela de pagamentos feita pelo Ministério da Saúde – reclamação antiga dos prefeitos regionais. O Estado e o governo federal, que recebem a maior parcela da arrecadação de impostos estão pouco a pouco, ao longo dos anos, minimizando sua participação no custeio dessa área e aumentando as responsabilidades dos municípios.

As prefeituras, engessadas com folha de pagamento inchadas e problemas de mágestão acabam não conseguindo oferecer qualidade nos serviços, o que se reverbera na mortalidade. É neste cenário que surgem as imagens e denúncias de pessoas abandonadas em macas de hospitais, morrendo na fila de cirurgias e aguardando procedimentos. Para mudar essa realidade, a única forma é que município, Estado, e União parem de apenas buscar “passar a batata quente” um para o outro e verdadeiramente se unam para um SUS de qualidade, modelo para outros países, com divisões justas de responsabilidades.

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