Vida Normal

O Espadachim, um cronista a favor do sogro e do sorgo

OPINIÃO - Sandro Villar

Data 04/04/2020
Horário 05:00

Quem espera voltar a ter uma vida normal a curto prazo pode tirar o quarto de milha ou o pangaré da chuva. Aliás, da tempestade e não de uma chuva normal. Foi isso que o doutor Drauzio Varella deixou claro outro dia. Tudo por causa da pandemia do novo coronavírus, o inimigo invisível, chamado de demônio pelo camarada Xi Jinping.

Evidente que a vida voltará ao normal aqui e alhures (nossa, que palavra chique, sô!), mas isso vai demorar um bocado de tempo, de acordo com a previsão do renomado médico.

Que fazer? Não sei e quem souber, por favor, me avise. A coisa está feia e não adianta chamar o maquiador. Vivemos tempos difíceis, tristes e estranhos. Aliás, diria que são tempos estranhíssimos. Talvez seja o caso de a gente fazer um esforço hercúleo (adoro este termo) para tentar ter calma, sabedoria e paciência.

Paciência de monge budista ou de monge beneditino. A angústia e o sufoco aumentam nos fins de semana. Nada de balada, de festa, de passeio e lazer em geral que sempre nos deixam mais leves do que a Olívia Palito.

Vai passar, como diz o samba do Chico Buarque do Brasil, um dos tesouros da cultura brasileira e que, nos últimos tempos, passou a ser hostilizado por certos imbecis, gente ignorante e da pior espécie.

Já que os cinemas também estão temporariamente fechados, que tal assistir filmes no YouTube? Comédias são uma boa opção, pois você pode rir de orelha a orelha. Chaplin, Buster Keaton e o Gordo e o Magro, por exemplo, proporcionam boas gargalhadas.

Acham que me esqueci dos comediantes patrícios? Claro que não! As chanchadas da Atlântica, com Oscarito e Grande Otelo, também divertem e ajudam a passar o tempo.

Tem também o Mazzaropi. Quem ainda não viu não pode deixar de ver “As Aventuras de Pedro Malasartes”. Bela comédia. Mazzaropi, talvez o rei do cinema nacional, está muito bem nesse filme.

Rir é o melhor remédio, mas ainda não está à venda nas farmácias. Conselho: divirtam-se com os comediantes. Os citados nesta crônica são verdadeiros reis do riso. Destaco também a importância do grupo Porta dos Fundos e de vários standapeiros contemporâneos.

Falei que os tempos estão difíceis, tristes e estranhos e me esqueci de acrescentar que os tempos também estão sombrios. Por falar em tempos sombrios, tem aquele episódio ocorrido durante uma guerra na Grécia antiga.

Assustado com o poder do exército inimigo, um soldado, ofegante, diz pro seu comandante: "General, o inimigo tem tantas lanças e flechas que dariam para cobrir o sol".  Em vez de se abalar, o general deu uma de cabra macho - ou de suicida - e comentou:"Melhor! Combateremos à sombra!"

DROPS

Bolsonaro ainda não terminou de fritar o Mandetta e não diz que tipo de óleo usa na frigideira.

Trump de olho no petróleo da Venezuela mesmo nestes tempos de pandemia.

Quem ama o feio bonito lhe parece.

Não há Mao Tsé-Tung que sempre dure e nem Ben Stiller que não se acabe.

 

 

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