Às vésperas do segundo turno das eleições, o voto consciente faz toda diferença. Para que isso seja feito corretamente, é necessário que os eleitores analisem os perfis dos candidatos, seus precedentes, assim como os planos de governo, levando em conta definições econômicas, sociais, educacionais, culturais e de segurança pública. Esse tipo de voto é considerado programático, pois se dá devido às propostas analisadas. No entanto, também existem os votos antissistêmicos, os populares “votos de protesto”, que prezam pela mudança radical de sistema, com opiniões, na maioria das vezes, baseadas em boatos ou redes sociais.
Para o sociólogo Luiz Antonio Sobreiro Cabrera, essa eleição tem apresentado muitas posições radicalizadas, com uma polarização muito forte entre dois grupos ideológicos. “Com isso, a visão antissistêmica tem influenciado bastante o eleitorado”. Ele fala que, no primeiro turno, a Câmara dos Deputados e o Senado sofreram uma modificação significativa, que pode ser boa por um lado, mas pelo outro, fica difícil prever um resultado concreto para política nacional. “O grande problema dessas opiniões radicais é que, na maioria das vezes, elas são formadas por conteúdos publicados em redes sociais e ficam à mercê das fake news”, considera.
Neste ano, os planos de governo dos candidatos estão disponíveis para consulta no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e podem ser fontes importantes de informação. Cabrera fala que culturalmente, o brasileiro não tem o costume de analisar os programas de governo. “Embora seja uma prática necessária, eles [programas de governo] são pouco observados pela população, pois hoje a grande formadora de opinião pública tem sido as redes sociais.” Ele fala que os impactos de um “mau voto” se perpetuam por quatro anos e podem influenciar não só no futuro do Brasil, como também na política mundial.
Para o sociólogo Marcos Lupércio Ramos, a população deveria estar fazendo uma leitura antecipada destes planos, para que possam pensar no voto a partir de suas necessidades contempladas nos documentos. “A pessoa já tem que estar formada neste sentido, tendo criticidade e consciência perante estes documentos, e, acima de tudo, verificando se eles incentivam e prezam pela democracia. Assim, poderá votar de maneira programática”, salienta.
SERVIÇO
Os planos de governo de todos os candidatos da corrida eleitoral estão disponíveis no site www.divulgacandconta.tse.jus.br.
VOTO PROGRAMÁTICO
- Pautado em cima da análise das propostas de governo;
- Maior grau de consciência e criticidade;
- Opiniões formadas através de publicações confiáveis;
- Significativo.
VOTO ANTISSISTÊMICO
- Na maioria das vezes, pautado em opiniões de redes sociais;
- Percepções equivocadas sobre a realidade;
- Voto extremista e opiniões radicais;
- Sem reflexões de propostas.
