Drogas ultrapassam esfera criminal e refletem problemas sociais

EDITORIAL -

Data 09/01/2020
Horário 05:02

Diariamente O Imparcial traz notícias em sua versão impressa e/ou online sobre crimes envolvendo entorpecentes. Conhecida como a rota do tráfico de drogas, a malha viária da região de Presidente Prudente é palco de incontáveis apreensões e prisões. Para se ter uma ideia, em 2019, a Polícia Militar Rodoviária tirou de circulação 24.907,036 toneladas de entorpecentes, com destaque para a maconha.

Ainda no ano passado, a corporação realizou a maior apreensão de drogas do Estado de São Paulo, sendo preso em flagrante um homem transportando 11.307,100 toneladas de maconha escondidas sob uma carga de soja.

O que chama a atenção, conforme o policiamento, é o modus operandi dos criminosos. Para tentar escapar da fiscalização e passar impunes, eles mudam constantemente suas estratégias. Desta forma, os policiais precisam se manter atualizados, para que estejam sempre um passo à frente dos traficantes.

A falta de oportunidade é justificativa para muitas pessoas que veem, no tráfico, uma maneira fácil de ganhar dinheiro. As chamadas “mulas” colocam a liberdade e a própria vida em risco para transportar entorpecentes, seja em bagagens, escondidos sob as vestes, e até mesmo no estômago. Os chefes do tráfico não estão preocupados com essas pessoas – eles só se preocupam em colocar a droga em circulação e ganhar mais dinheiro. Para acabar com essa situação, é preciso que os verdadeiros líderes das quadrilhas sejam identificados e presos.

A questão dos entorpecentes ultrapassa as esferas criminais. Ela é reflexo de um sério problema social e de saúde pública. O fato é que se há tanta droga em circulação é porque existe uma enorme demanda de usuários. Quase todos conhecem alguém ou alguma família destruída pela droga. Pessoas que acabam no fundo do poço, sem perspectiva de se livrar do vício.

A atuação da polícia para coibir o tráfico de entorpecentes é de extrema importância. Mas, além disso, são necessárias políticas públicas que afastem, principalmente, os jovens, das drogas. Entram em cena, então, as escolas de tempo integral, as atividades esportivas e culturais, ou seja, ações que incentivem as pessoas, desde a infância, a ocupar seu tempo e sua mente com projetos produtivos, que as façam sonhar e perceber que este é o caminho correto para conquistar um futuro digno e próspero.

 

 

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