O Brasil, como maior detentor de florestas tropicais do planeta, assumiu compromisso voluntário de criar mecanismos para melhor contribuir para as emissões de gases estufa. Em outubro de 2020, criou-se por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente o Programa Floresta + Carbono, buscando consolidar o mercado de pagamento por serviços ambientais em todos os biomas, a fim de reconhecer atividades, projetos e prestadores de serviços ambientais que contribuem de forma significativa para a melhoria dos benefícios ecossistêmicos gerados pela natureza.
O Brasil é um dos países que mais conservam e preservam suas florestas, com mais de 300 milhões de hectares de florestas públicas. Em áreas privadas, dados preliminares indicam um remanescente de vegetação de 193 milhões de hectares, dos quais 121 milhões são áreas de conservação legalmente protegidas, considerando Reserva Legal e Área de Preservação Permanente. Esses territórios têm potencial para geração de um volume expressivo de créditos de carbono por conservação.
Inovador e amplo, o Floresta + Carbono busca soluções e impactos positivos em todos os biomas
Quanto à recuperação da vegetação nativa, o Brasil possui um passivo em áreas privadas de aproximadamente 35 milhões de hectares. O Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa prevê contribuição para a recuperação da vegetação de 12 milhões de hectares até 2030. Inovador e amplo, o Floresta + Carbono busca soluções e impactos positivos em todos os biomas.
Sendo assim, vale destacar duas iniciativas: fogões à lenha eficientes e fornos ecológicos. No meio rural, 14 milhões de famílias ainda utilizam fogões à lenha nativa, com processo de queima rudimentar. O uso desse tipo de combustível em fogões abertos, altamente poluentes, gera problemas de saúde e emissões de gases estufa, e contribui para a degradação de importantes remanescentes florestais. A lenha nativa também é utilizada em fornos industriais como fonte de energia.
Projetos e atividades que reduzem o emprego de lenha nativa contribuem para a redução das emissões provenientes do desmatamento e degradação, além de gerar impacto social positivo nas regiões mais pobres de biomas como caatinga e cerrado.