"Indiscrição"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 28/12/2021
Horário 07:00

“Indiscrição” foi o título brasileiro do clássico “Christmas in Connecticut”, um dos grandes filmes com temática natalina feito em 1945 pelo diretor Peter Godfrey para os estúdios Warner Bros. Uma escritora de colunas de receitas alimentares (Barbara Stanwyck) dá a entender ser uma dona de casa perfeita e tem que se virar para não causar decepção quando seu chefe (Sydney Greenstreet) e um herói de guerra (Dennis Morgan) se convidam para passar um Natal regado a delícias culinárias. Ela acaba aceitando se casar com um homem que não ama (Reginald Gardner) só porque ele tem uma fazenda para fingir ser o casal ideal que ela criou nos jornais. Para ajudar na mentira, ela leva um amigo dono de restaurante (S.Z.Sakall) para cozinhar como sendo ela. Mil trapalhadas irão surgir com direito a romance com o soldado bonitão. Um pequeno clássico perdido no tempo que merece ser revisto. 
    
“A beleza dos 50”

Comemorar 50 anos é sempre muito simbólico. As bodas de ouro de vida soam emblemáticas e também transformadoras. Os 50 anos soam como distantes da juventude e ainda não próximos da velhice: um meio cá, meio lá, onde os cinquentões se acham velhos demais para serem jovens e muito jovens para serem velhos. Essa espécie de antessala da velhice pode ser representativa de grandes mudanças e novos acontecimentos. Ainda dá tempo de reestruturar significados e viver experiências transformadoras. Finalmente se é coroa, e isso deve representar um significado mais poderoso: o tingir de neve da cabeça, e a coroação da vida, não em uma homenagem póstuma, mas uma premiação em vida, em uma fase que você pode estar, ainda, muito bem. Os cinquentões de hoje não são mais os cinquentões de três ou quadro décadas atrás, com comportamentos muito mais ativos e vigorosos. Experimentam prazeres, se permitem a viver papéis de protagonismo na vida e não mais uma eterna coadjuvação da vida de filhos e netos. Ter 50 anos há 50 anos era fim de vida, e hoje representa o início de uma nova fase, que além de longa pode ser muito, e até mais prazerosa que antes. Não dá para sair da cena social tão precocemente e é natural dividir espaço com mais jovens, que convivem com muito mais harmonia e sintonia do que o abismo diferencial etário de algumas décadas. A beleza dos 50 não reside na ideia de ser um eterno garotão ou uma cocota tardia, mas sim, entender que tais estereótipos e rótulos não combinam em tempos de modernidade e aceitação de diferenças. O hoje é igual para todos, o amanhã incerto para todos: os cinquentões só tiveram mais ontens, e isto é primazia, e não ônus. Bora viver. 

Dica da Semana

Filmes - Streaming

“Um Dia com Jerusa”: 
Filme nacional com Direção de Viviane Ferreira: Elenco: Léa Garcia, Débora Marçal. Uma graciosa senhora de 77 anos (Léa) é uma moradora do Bexiga e enquanto aguarda seus familiares para a comemoração de seu aniversário, conversa com uma jovem mediúnica Sílvia (Débora), e o encontro de suas memórias com a mediunidade as permitem transitar em tempos e realidades comuns à sua ancestralidade negra. 
 

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