Chegamos ao fim do primeiro trimestre de 2021 e o Estado de São Paulo sai da fase emergencial do Plano São Paulo, com alguns setores permanecendo com as mesmas restrições nela exigidas, e demais na fase vermelha. Ou seja, a situação econômica continua cada dia mais doente, segundo a visão dos presidentes do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região) e Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Vitalino Crellis, e Ricardo Anderson Ribeiro, respectivamente. “Infelizmente, o pequeno varejo está numa UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e muitos já ‘morreram’. Infelizmente, a realidade está chegando a este ponto”, afirma Ricardo Anderson.
“Mais de 50% das empresas já pediram concordata, porque não têm condições de pagar nada e os encargos sociais, se não são pagos no dia, têm multas e aí já são mais 20%, 30%. Aqueles que guardaram algum dinheirinho estão usando para comer, porque não dá pra passar fome”, completa Vitalino.
Esta é a triste realidade observada por ambos com o endurecimento das regras de enfrentamento à Covid-19. De acordo com os dois presidentes das entidades, está aí para qualquer um ver que a situação do comércio piorou neste começo de ano.
Vitalino Crellis é enfático ao dizer que a situação está piorando cada dia mais. Conforme ele, com a fase vermelha nada muda. “Os comerciantes não têm mais nem o que falar. Está todo mundo quebrado, sem dinheiro para pagar aluguel, despesas de gastos das lojas, funcionários. Estão tentando trabalhar hoje no sistema de venda pela internet, ou abrindo a meia porta quando permitido”, comenta.
“Mas ainda não supre as necessidades deles. Sou a favor que as pessoas fiquem em casa à noite [lockdowns], que é quando os jovens fazem as aglomerações, e que liberem o dia para o povo trabalhar senão vai quebrar tudo. Não dá nem para estimar queda. Quem vendeu 5 % do que vendia tá bom. E o que o cara vai fazer com isso? Nada. O que está acontecendo é fechar as portas e pedir concordata”, frisa Vitalino.
“Está todo mundo quebrado, sem dinheiro para pagar aluguel, despesas de gastos das lojas, funcionários
Vitalino Crellis
Firme na fé, Ricardo Anderson quer acreditar que a partir do segundo semestre o setor varejista tenha aquela famosa recuperação: “do jeito que desceu, sobe com a mesma rapidez”. Essa é a sua expectativa e espera que se isso realmente ocorra não só em Prudente, mas em todo o país.
“Nesse aspecto de varejo vai depender muito das condições da recuperação da saúde, vacinação disponível para todos, medicação sendo administrada, pois é preferível prevenir a remediar. Enfim, hoje os resultados são piores do que os do ano passado, porque tivemos um bom primeiro trimestre, com um bom janeiro, um fevereiro razoável e um março quando a pandemia chegou que tudo começou a fechar. Sem dúvida estamos sofrendo muito mais esse ano. Com essa fase emergencial ficou tudo bastante difícil”, destaca o presidente da Acipp.