O canabidiol é um produto químico extraído da planta Cannabis sativa conhecida como maconha ou cânhamo e seu uso terapêutico em Medicina tem sido estudado ao longo das últimas décadas. A maconha apresenta mais de 400 compostos químicos, sendo cerca de 80 deles moléculas químicas biologicamente ativas. Os compostos mais importantes são os canabinoides, representando cerca de 60 tipos de moléculas, sendo a mais ativa o tetrahidrocanabinol (TCH). Outros compostos identificados são o canabidiol (CBD), cannabigerol CBG), canabinol (CBN), canabicromeno (CBC) e vários outros. Dentre todos estes, o canabidiol (CBD) demonstrou ser o mais efetivo em ações farmacologicamente ativas analgésicas e anti-inflamatórias. Além disso, muitas pesquisas sugerem potencial como antioxidante, ansiolítico, antiemético, antipsicótico, antiepiléptico e neuroprotetor. Enquanto o TCH tem mais riscos tóxicos e efeitos psicoativos, o CBD não apresenta esta ação. O corpo humano apresenta receptores canabinoides distribuídos por várias estruturas do sistema nervoso central onde estas substâncias podem agir, provocando interferências na modulação da resposta de vários neurotransmissores (chamados de receptores CB1) e também no sistema nervoso periférico e imunológico (receptores CB2). A utilização destes compostos para o controle das epilepsias se demonstrou bastante eficaz através de diversos estudos científicos, tanto para crianças como para adultos. Recentemente, novas pesquisas mostraram efeito modulador do canabidiol no desenvolvimento da Doença de Alzheimer em idosos. O uso do produto demonstrou melhora clínica e maior controle dos sinais de agitação neuropsíquica, bem como resultados positivos na cognição e evolução da doença, por sua provável ação neuromoduladora e neuroprotetora através de efeitos químicos nas mitocôndrias das células. São produtos para uso farmacêutico que acendem novas luzes na evolução desta terrível enfermidade.
TÚNEL DO TEMPO: “O ESPIGÃO”
Novela de Dias Gomes exibida às 22h pela Rede Globo em 1974, “O Espigão” era uma crítica à especulação imobiliária e ao crescimento desenfreado das cidades. O protagonista era Lauro Fontana (Milton Moraes), um homem que saiu da pobreza e que foi galgando postos até conseguir por a mão na grana do sogro, dando o golpe do baú em Cordélia (Suely Franco), sua esposa fútil e dada a pitís. Seu projeto maior é construir um grande hotel de 50 andares, o Fontana Sky, um espigão megalomaníaco projetado para ter cinemas, teatro e uma piscina por andar. Para isso, ele precisa de uma área em Botafogo para sua construção que é de propriedade dos irmãos Camará, que relutam em vendê-lo: Urânia (Vanda Lacerda), Baltazar (Ary Fontoura), Tina (Suzana Vieira) e Marcito (Carlos Eduardo Dolabella). Os conflitos ficam mais acirrados porque ecologistas passam a fazer campanha contra o projeto. Lauro Fontana se torna amante da assaltante Lazinha Chave-de-Cadeia (Betty Faria), enquanto sua esposa Cordélia tenta engravidar a todo custo. No elenco de peso, nomes como Cláudio Marzo, Débora Duarte, Rosamaria Murtinho, Mauro Mendonça, Mário Lago, Milton Gonçalves e Myriam Pérsia.
Dica da Semana
Livros
Obras do escritor Dias Gomes:
Alfredo Dias Gomes (1922-99) foi um dos mais importantes autores do século 20, tendo influenciado a literatura, teatro, cinema e televisão. Dentre suas obras teatrais mais famosas se destacam: “O Pagador de Promessas” (1959), “A Invasão” (60), “Odorico, o Bem Amado” (62), “O Berço do Herói” (63), “O Santo Inquérito” (66) que tiveram versões romanceadas. E os livros: “Sucupira, Ame-a ou Deixe-a” (82), “Odorico na Cabeça” (83) e “Decadência” (95).
José Eduardo Soares Pinheiro
