A Dengvaxia, única vacina licenciada no Brasil contra a dengue, está disponível na Unimed Presidente Prudente, para usuários ou não dos planos particulares, no Centro de Vacinação. Segundo a médica coordenadora do local, Patrícia Naufal Spir, a vacina deve ser feita somente para pessoas que já tiveram pelo menos uma vez a dengue, sendo que aqueles que não tiveram, não devem ser imunizados.
“Trata-se de uma vacina atenuada, composta pelos quatro sorotipos do vírus. Não é uma dose única, são três e que devem ser reaplicadas com intervalos de seis meses cada”, explica Spir. A vacina não está disponível na rede pública, já que, segundo o Ministério da Saúde, ficou definida pela não introdução dela como estratégia de saúde pública no país, com justificativas, por exemplo, como a do aumento do risco de agravamento da doença em pessoas que nunca tiveram a dengue.
Ainda de acordo com a coordenadora do centro de vacinação, a Dengvaxia está licenciada para crianças a partir de nove anos de idade, adolescentes e adultos de até 45 anos, sendo que ela é contraindicada para pessoas “imunodeprimidas”, com alergia grave a algum dos componentes, gestantes e mulheres amamentando, além de pessoas sem contato prévio com o vírus da dengue. “A eficácia na prevenção da doença grave e hemorrágica é de 93% e de internação é de mais de 80%”. Podem buscar os serviços tanto beneficiários da Unimed quanto a população em geral, desde que mediante o pagamento das doses. A Unimed não informou o valor da vacina.
O Ministério da Saúde, questionado sobre a presença da vacina na rede pública, informou que definiu, após “longa e criteriosa análise” do grupo de trabalho criado especificamente para avaliar a introdução da vacina Dengvaxia no PNI (Programa Nacional de Imunizações), pela não introdução desta vacina como estratégia de saúde pública no país. “Para definir se uma nova vacina deve ser incorporada ao SUS [Sistema Único de Saúde], considera-se não somente o impacto na morbimortalidade da doença, como também seu custo efetividade, ou seja, se produz benefícios à saúde e reduz os custos relacionados à doença - tratamento, hospitalização, dias de trabalho/estudo perdidos pelo paciente e ou seus familiares e sobrevida”.
Além disso, o Ministério da Saúde ressalta que a vacina, única licenciada no país até o momento, teria demonstrado aumento de risco de agravamento da doença para pessoas que nunca tiveram dengue antes, e, por isso, deve ser administrada em pessoas com exposição prévia aos vírus, tornando necessária uma triagem sorológica na população. “Outro aspecto avaliado é que o fato da vacina ser administrada no esquema de três doses, com intervalo de seis meses entre elas, sendo pouco provável que exerça papel significante na redução da ocorrência das epidemias de dengue - que tem periodicidade anual. A administração em três doses também dificulta a adesão por parte da população”.
Por fim, a pasta expõe que Estados e municípios possuem autonomia para avaliar e adquirir qualquer vacina, desde que esteja devidamente registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e seguindo as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Saiba Mais
O Ministério da Saúde informa que tem priorizado a análise e pesquisa de novas tecnologias relacionadas ao combate do mosquito Aedes aegypti, de forma que se comprometeu, desde novembro de 2015, com mais de R$ 320 milhões para o desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias nesta área. Em 2016, encaminhou R$ 100 milhões ao Insituto Butantan para custeio da terceira e última fase da pesquisa clínica da vacina da dengue. “A vacina contra os quatro sorotipos da dengue, em dose única, está na 3ª e última etapa de testes em humanos”.