Vidas perdidas importam

EDITORIAL - ROBERTO KAWASAKI

Data 09/08/2020
Horário 04:29

“Cento e setenta”. Esse é o total de pessoas mortas por Covid-19 na região de Presidente Prudente até o balanço de sexta-feira. Do total, 20 histórias foram interrompidas entre sábado passado e o final da semana – vidas ceifadas pelo inimigo invisível que chega sem avisar. Aos poucos, ele tira o sono das famílias que não veem outra alternativa a não ser apelar pela oração. As partidas precoces acendem um alerta para que a comunidade caia na real e entenda a gravidade da situação, muitas vezes, ignorada por grupos da sociedade.
Luiz, Cláudia, Alaíde, Éder, Tânia, Moacir, Aparecido, Alcides, Maria de Lourdes... eles tinham uma longa caminhada pela frente. Alguns eram jovens e trabalhavam duro para sustentar as famílias, a fim de proporcionar uma vida melhor para o futuro dos filhos. Outros, já desfrutavam da aposentadoria e gostavam de viajar, estar perto dos netos – atividades e planos que foram arrancados dos sonhos destas pessoas. Famílias foram dilaceradas com as perdas, um exemplo triste para a mudança de hábitos da comunidade que não respeita o isolamento social.
Nem sempre a dor do outro despertará a empatia no coração dos irresponsáveis, que não conseguem mensurar a gravidade da Covid-19. Basta circular pelas principais vias de Prudente para encontrar aglomerações em espaços que deveriam estar fechados; ou em filas sem fazer o uso correto das máscaras de proteção facial. Em uma época em que tanto se falou em amor ao próximo, ao que parece foi apenas da boca para fora. 
Lembre-se: pessoas perderam a vida por imprudência da sociedade! A responsabilidade não cabe apenas ao poder público, pois a maior parte dela é dos próprios cidadãos. Que o novo coronavírus não precise bater na porta para ativar a compaixão.  

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