Até o dia 18 de fevereiro, a Galerias Passarela das Artes - que fica na Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) - está com uma nova exposição para ser apreciada. Desta vez quem mostra seu dom é o artista plástico Eduardo Duarte, 28 anos, em "O Palacete das Encenações". A curadoria é de Erivaldo dos Santos, o Vadinho. De acordo com o artista são 11 telas que falam sobre um lugar fictício e imaginário onde os seus personagens habitam. "Em ‘O Palacete das Encenações’ é um lugar onde reina o bom gosto e a sofisticação e um pouco de cinismo. Onde há uma encenação daquilo que é belo e refinado. O processo de criação, às vezes, é um mistério para mim mesmo. Mas, nesse caso uma tela foi me levando a outra. Uma história daqui me influenciava para criar a próxima", salienta Eduardo.
Conforme Eduardo, a mostra é lugar onde reina o bom gosto e cinismo
O jovem artista destaca o rococó como um tipo de influência em sua arte e explica. "Eu falo do rococó porque gosto muito desse período e vejo que às vezes não resisto e acabo trazendo um pouco das cores e detalhes para o meu trabalho. O antigo é algo que me fascina e inevitavelmente insiro em alguma cena, que para mim tem um sentido e para quem a observa outro. Tem sempre um movimento", destaca o artista.
"O convite para a exposição que também passou pelo Tênis Clube ocorreu após o Vadinho ver duas encomendas do Sesi de Prudente. Ele então entrou em contato comigo e perguntou se eu queria expor meus trabalhos. No momento eu não tinha nada novo e pedi se ele podia me dar alguns meses para preparar algo. Ele concordou e dei início ‘O Palacete das Encenações’", agradece o artista.
Naturalmente
Desenhar é algo que Eduardo sempre gostou de fazer, mas nunca pensou em algo profissionalmente, como ter uma ideia, pensar em um conceito e pintar. Até o primeiro contato com a tela em 2013 quando pintou a partir da técnica acrílica. Perguntado a ele se precisa de alguma inspiração no processo de criação, ele expõe que por uma questão geográfica pinta só pela manhã, que é quando tem luz natural em seu quarto.
"Eu acho a inspiração um termo muito usado, mas pouco entendido. Na verdade a inspiração é tipo um monte de ingredientes que você já tem e só precisa ir combinando eles e trabalhando. Quando você vê a torta já está pronta. No meu caso, as telas ", frisa.
Sua primeira série "Tributo à Realeza" foi exposta em 2014 no Centro Cultural Matarazzo. Nela ele demonstrava, à sua maneira particular, criando uma subjetividade no olhar do espectador, a realeza de personagens nobres como rainhas, princesas, duquesas e cavalheiros: Maria Antonieta, Madame de Pompadour, Rainha Elizabeth, e as distrações da aristocracia.
Tudo a ver
Não à toa que Eduardo, que é natural de Presidente Epitácio, mas mora em Prudente desde os 15 anos, se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Tem tudo a ver com arte! Mas, não encontrando nada na área, acabou dando aulas de inglês por um período.
"Inglês sempre foi o meu plano B. Por isso fui para fora para estudar. Morei um ano em Dublin, na Irlanda. Mesmo estudando tive tempo de preparar uma série de telas lá e tentar seis telas que compõe a série foram vendidas", destaca o artista plástico.