A fé e a superstição

Persio Isaac

CRÔNICA - Persio Isaac

Data 12/12/2021
Horário 07:08

A fé e a superstição são comuns nos jogadores de futebol. Rezar o Pai Nosso no vestiário em voz alta é um ritual sagrado antes dos jogos. Parece que Deus é surdo, de tanto que gritam em altíssimos decibéis pedindo proteção. Quando a gente vê um jogador levantando as mãos para o céu, agradecendo a Deus depois de um gol, ou um técnico ajoelhado na hora de uma decisão de pênaltis, pedindo que seu time vença, Deus vai agir para quem? Só para eles? Afinal não somos todos filhos de Deus? Puro egoísmo e egocentrismo. 
Mas não estou aqui pra entrar nessa difícil seara e sim contar alguns causos que retratam bem essa relação de fé e superstição no futebol. Estavam jogando Itaperuna x Madureira no Campeonato Carioca da Segunda Divisão. Público presente se restringia aos bilheteiros, porteiros e maqueiros. Um jogador evangélico usava o nome de Deus toda hora. O juiz marcava alguma coisa que o contrariava e lá vinha ele como representante de Deus: "Olha seu juiz, Deus tá vendo". E assim foi. 
O juiz marcava e lá vinha ele: Seu juiz, Deus tá vendo. Numa altura do jogo, o juizão marca um pênalti e lá vem o jogador evangélico: Seu juiz esse lance vai ter castigo de Deus, pois ele vê tudo. O juizão de saco cheio de ouvir isso toda hora que marcava alguma coisa, aplicou um cartão amarelo nesse jogador e disse: "Meu filho estão jogando Flamengo e Vasco nesta hora no Maracanã lotado, e você acha que Deus tá vendo Itaperuna e Madureira?". Vejam vocês.

Publicidade

Veja também