A fisioterapia na pandemia

E quando não se poderia imaginar, o mundo é assolado por uma pandemia: termo desconhecido pela maioria e temido por especialistas. Em meio a tantas informações, aliás, fomos atacados por uma enxurrada de notícias (verdadeiras e falsas), coube destaque a uma outra designação: linha de frente. Estão incluídos na linha de frente todos profissionais que, inevitavelmente, mantiveram suas atividades mesmo diante dos riscos de contaminação da doença. Nesse grupo de profissionais, mais do que nunca, tem se destacado o papel do fisioterapeuta.

Em linhas gerais, a manifestação clínica da doença gerada pela Covid-19 inclui um dramático quadro respiratório que, em casos mais graves, leva à necessidade de suporte ventilatório mecânico, geralmente, em leitos de unidade de terapia intensiva ou alas adaptadas para um atendimento de alta complexidade. Nesses ambientes, é indispensável a presença contínua do fisioterapeuta, pois o mesmo é um dos profissionais responsáveis pela avaliação da qualidade respiratória, pela manutenção da função pulmonar do paciente, por suplementar o oxigênio e pela estratégia ventilatória.

Ademais, a fisioterapia aplicada em unidades de terapia intensiva se mostra eficiente em melhora funcional precoce, redução do número de complicações do tempo de hospitalização e dos custos. Em um cenário como o atual, de alta demanda hospitalar, precarização dos equipamentos de proteção individual e colapso econômico, o fisioterapeuta é imprescindível.

O que talvez não se saiba é que o fisioterapeuta sempre teve essa importância, pois sempre trabalhou pela funcionalidade de pacientes críticos, mas o momento atual elevou esses profissionais, sobretudo, pela grande divulgação dos tratamentos e índices de mortalidade.

A pandemia também tem influenciado a atuação de fisioterapeutas em outros cenários, ao ponto de o Coffito (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), em março deste ano, regulamentar o trabalho desses profissionais por meio do teleatendimento, telemonitoramento e teleconsultoria. Cabe ao próprio fisioterapeuta o julgamento de cada caso e dos riscos a serem assumidos em seus atendimentos. Ou seja, pacientes não atingidos pela Covid-19 também precisam de atendimento e, dessa forma, a profissão se inova para atender a essa nova estratégia.

 

 

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